O serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) pública foi introduzido no Brasil em 1948, por Minas Gerais, de onde se espalhou para todo o país. Esse serviço veio sofrendo cortes no orçamento da União e perdendo competitividade, sobretudo pelo surgimento de outras instituições, mais estruturadas e com orçamentos mais robustos.
Em vários Estados, a discussão sobre o futuro desse serviço tornou-se inadiável, a exemplo do Espírito Santo, com o seminário “O Incaper que queremos no futuro”, em 2019, interrompido pela pandemia. Essas iniciativas demonstram já existir consenso sobre a necessidade de revisão de estratégias e metodologias da Ater Pública, adequando-se aos novos tempos, marcados pelas transformações estruturais no campo e pela revolução digital.
No Estado, a Ater pública conquistou alta credibilidade nesses 65 anos da sequência: Acares, Emater, Emcapa e Incaper. Além de presentes em todos os municípios capixabas, seus servidores residem neles, como um diferencial. Não raro, os técnicos do Incaper são chamados a socorrer agricultores, cujos projetos foram elaborados por agentes que já não mais atuam no município.
O governo Casagrande tem reconstruído o Incaper, sucateado na gestão passada, investindo na renovação de frota, equipamentos de informática e de laboratórios. No entanto, ainda está buscando solucionar o desafio da falta de pessoal, adiado por conta da Covid-19. Desde o último concurso público, em 2011, há perdas sem reposição, estando operando, hoje, com metade do seu quadro ideal.
Historicamente, em ciclos médios de 20 anos, a instituição tem promovido ajustes em seu rumo. Assim, a Acares, criada em 1956, transformou-se na Emater, em 1976; e, em 2000, a Emcapa e a Emater fundiram-se no atual Incaper.
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Completado, pois, o terceiro ciclo, não estaria na hora de novo ajuste no seu planejamento estratégico? Ampliar suas parcerias, sobretudo com as prefeituras municipais e entidades da agricultura familiar? Articular melhor com as universidades e escolas agrícolas, no modelo da pedagogia da alternância? Focar mais a organização e gestão dos agricultores para aspectos de mercado?
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