Longe de querer generalizar atitudes e comportamentos, fiz uma curiosa constatação após ler comentários no LinkedIn, ouvir conversas informais com colegas e atuar como consultor há sete anos: falta inteligência emocional entre colaboradores e executivos no mundo corporativo.
Vital para enfrentar o mundo corporativo, essa valiosa capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções e as dos outros anda em falta no mercado.
Infelizmente, as relações com o trabalho e com as pessoas que ele envolve ainda são romantizadas demais. Falta maturidade para enxergar essa parte importante da nossa vida como ela realmente é.
A observação de posturas e comentários me levou a essa reflexão. São pessoas que entendem feedback como crítica ou, no desejo de agradar, não se posicionam. Ou ainda aqueles que não confiam no seu time e optam pela “microgestão” ou se recusam a mostrar qualquer vulnerabilidade: “Afinal, o que vão pensar de mim?”.
Profissionais, líderes ou liderados, evidenciando comportamentos individualistas. Mostram dificuldade em respeitar o outro (“O discurso é de inclusão, mas respeitar a singularidade do outro... hummm!”); não entendem sua própria responsabilidade no crescimento profissional (“Quero crescer na carreira, mas não estou disposto(a) a pagar o preço”); não têm empatia e respeito (“O outro não acompanha meu ritmo? Ele(a) que lute!”). E por aí vai…
Citações que mostram que algo não vai bem. Falta equilíbrio emocional e sobram infelicidade e carência nessa relação.
A boa notícia é que já se vê um despertar para a importância da inteligência emocional nessa equação. São profissionais ressignificando suas relações com o trabalho; empresas entregando lucro para os acionistas, claro, mas também valores associados à sustentabilidade para a sociedade; líderes entendendo que o mundo pede colaboração e não comando e controle.
Individualmente, podemos e devemos fazer a nossa parte. Que tal contribuirmos para a construção de um ambiente de trabalho objetivo e lucrativo, mas também mais humanizado? E entendermos que podemos, sim, ser corajosos e, ao mesmo tempo, vulneráveis? E que buscar resultados não impede promover relações saudáveis e de qualidade com chefes e colegas?
Adotando uma postura mais adulta e madura, criaremos uma nova era no ambiente de trabalho. Uma era onde ele não será mais palco de sofrimento, doenças e mazelas, mas fonte de parcerias e de crescimento para todos.
E você, acredita que essa evolução é possível? O que pode fazer, hoje, para construir essa nova era?
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