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É arquiteta e diretora da Inspira

Marketing: o conceito é a alma do negócio

O que se busca é algo que faça sentido, que “converse” com sua forma de ser e se colocar no mundo, com seus valores, expectativas e experiências vividas ou por viver

  • Paula Rody É arquiteta e diretora da Inspira
Publicado em 17/07/2023 às 13h22

Você já pensou que produtos — peças de roupa, veículos ou empreendimentos imobiliários — podem ter voz e alma e, assim, estabelecer relações com o consumidor para além de sua função e utilidade direta? E mais: ser algo muito mais verdadeiro e conectado a projetos de vida, aspirações e desejos do que se pensava no passado?

Pois é esse o mundo novo que se coloca todos os dias diante de nós, exigindo das empresas um movimento que não se resume a etiqueta de grife, matéria-prima de qualidade e experiência de mercado.

Tudo isso segue importando, mas é preciso que o produto tenha conceito, que o produto tenha alma. Especificamente no mercado imobiliário, o conceito de um empreendimento é um trabalho que deve começar antes do próprio empreendimento existir e perpassar todas as etapas de seu desenvolvimento para ser bem-sucedido, incluindo fases como avaliação de plantas, ambientação, fachada, nome, estrutura e materiais utilizados.

É um trabalho que exige pesquisa, profissionalismo e criatividade. Um trabalho que está diretamente relacionado ao estudo de tendências. Um trabalho que acredita nas perguntas como formas de abrir caminhos e viabilizar insights e descobertas. Que público se pretende atingir? O que esse público espera de um empreendimento imobiliário, mesmo que ainda não saiba disso? O que se conecta com os desejos e aspirações desse público? O que tem valor pra ele? Com que se preocupa e se ocupa? Como é e como quer ser?

Questões como essas devem ser levadas em conta e, nesse sentido, a pandemia segue sendo uma refererência de como o processo se dá na prática.

O isolamento desafiador exigido pela Covid-19 deixou marcas individuais e coletivas que se revelam nas tendências de comportamento, impactando todas as áreas de consumo.

No mercado imobiliário, a importância dos espaços de convivência e interação, a valorização da natureza e dos materiais naturais, a tecnologia aliada à economia de tempo são alguns exemplos da transformação que vivemos e que se reflete em novos desejos, novos sonhos e novas formas de pertencimento.

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Crédito: Shutterstock

Não se quer apenas uma parede de tijolos e um teto para morar. O que se busca é algo que faça sentido, que “converse” com sua forma de ser e se colocar no mundo, com seus valores, expectativas e experiências vividas ou por viver. E, assim, conceito tem que ter cheiro, cor, sabor, força, verdade. Ele embasa, inclusive, marketing e propaganda. Porque o conceito, neste caso, é a alma do negócio.

E alma é o que diferencia, é o que gera valor, é o que conecta, é o que desperta desejo genuíno, é o que encanta, é o que comove. É o que conversa com o sonho, aquele nos faz humanos e que não envelhece, como bem disse o poeta Milton Nascimento na letra da canção. Vale para pessoas e pode valer para as marcas que pensam “grande” no sentido mais bonito do adjetivo: indo além do óbvio, tocando corações, ajudando a transformar o mundo num lugar que tenha mais sentido e alma.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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