A reumatologia – área da Medicina que cuida das doenças inflamatórias imunomediadas, que ocasionam problemas inflamatórios das articulações e tecidos que as cercam (ossos, músculos, tendões e ligamentos), além de manifestações extra-articulares – vem obtendo um enorme progresso nas últimas décadas. E um dos grandes responsáveis por esse avanço foi o desenvolvimento dos fármacos imunobiológicos.
Com eles, doenças de difícil controle passaram a ser tratadas de forma mais assertiva, garantindo mais qualidade de vida, segurança e bem-estar aos pacientes.
Para quem não sabe, os medicamentos imunobiológicos são produzidos por células vivas, com estrutura molecular complexa e homóloga às proteínas humanas. A medicação age em pontos específicos do sistema imunológico, que utiliza mecanismos de ativação do próprio sistema no combate a processos inflamatórios autoimunes ou a anormalidades celulares específicas.
Em outras palavras, eles são verdadeiros bisturis farmacológicos, capazes de interações pontuais no sistema imune. Seus mecanismos de ação principais são: bloqueio de substâncias inflamatórias e solúveis no sangue, chamadas de citocinas, e ação direcionada contra tipos específicos de células do sistema imune.
Esses fármacos são administrados em centros especializados de infusão, com auxílio de profissionais da saúde, já que a aplicação é subcutânea ou endovenosa, com frequência variável, de semanal até semestral. Vale ressaltar que a infusão dos imunobiológicos é uma forma inteligente e eficaz de introduzir o remédio no organismo, possibilitando um tratamento com boa eficácia e padrão de segurança e tolerabilidade. A opção por esse tipo de tratamento pode potencializar os resultados de uma forma que as vias fisiológicas não alcançariam.
Entre as doenças reumatológicas com bons resultados, quando tratadas com fármacos imunobiológicos, estão artrite reumatoide, espondilite anquilosante, artrite psoriásica, espondiloartrite enteropática, lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjögren, esclerose sistêmica progressiva, osteoporose, e outras.
Mas, além disso tudo, por que os biológicos revolucionaram o tratamento das enfermidades reumatológicas? Primeiramente, porque tornaram factível a remissão clínica de doenças crônicas incuráveis e incapacitantes. Depois, demonstraram ser altamente eficazes em reduzir a evolução de dano osteoarticular, tendo impacto enorme em proteger contra deformidades e preservar a função física.
Também melhoraram a expectativa de vida de pacientes cuja doença reduzia-lhes anos de vida; possibilitaram menor uso de corticoide, protegendo os pacientes de seus efeitos colaterais; e reduziram a ocorrência de alguns sintomas adversos que medicações tradicionais apresentam por agirem de forma não específica, afetando a fisiologia de diferentes órgãos e sistemas.
E se engana quem pensa que os ganhos foram apenas para a reumatologia. A terapia biológica aplicada em um centro de infusão abrange um grande número de doenças, em diversas outras especialidades: oncologia, neurologia, gastroenterologia, dermatologia, pneumologia, alergologia, imunologia, hematologia, pediatria, entre outras.
O fato é que o uso de tais medicamentos vem em uma crescente nos últimos anos, devido as suas indicações clínicas, permeadas por pesquisas que confirmam seus resultados e segurança.
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