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É advogado, pós-graduado em Gestão Pública, mestrando em Administração, diretor de Planejamento da Ceturb|ES e presidente do Conselho Estadual de Trânsito do Estado do Espírito Santo

Mobilidade urbana no ES: transporte coletivo deve ser prioridade

Apesar dos investimentos para melhorar a fluidez do trânsito na região metropolitana, não há como acompanhar o crescente número de veículos que entram em circulação todos os anos

  • Marcus Perozini de Araujo É advogado, pós-graduado em Gestão Pública, mestrando em Administração, diretor de Planejamento da Ceturb|ES e presidente do Conselho Estadual de Trânsito do Estado do Espírito Santo
Publicado em 25/06/2024 às 10h00

O trânsito sempre foi um tema de grande relevância e impacto para a sociedade, pois todas as pessoas, de algum modo, compõem este vasto campo de circulação viária, seja na condição de pedestres, ciclistas ou condutores de veículos automotores e elétricos, dentre outros meios de locomoção disponíveis.

Não é difícil perceber que uma das pautas mais demandadas pela população é para que haja um olhar mais sensível na área de mobilidade urbana em todo o país. Aqui no Espírito Santo, por exemplo, houve um forte investimento em diversas obras de infraestrutura na região da Grande Vitória, como a Terceira Ponte, importante cartão-postal que contou com a criação da terceira faixa e a construção da ciclovia como modal alternativo; o Viaduto do Complexo Viário de Carapina, na região da Serra; o alargamento da Rodovia das Paneleiras; a reestruturação do Portal do Príncipe, em Vitória.

Mas a bem da verdade, embora tenha-se executado vultosos investimentos para melhorar a fluidez na região metropolitana, não há como acompanhar o crescente número de veículos que entram em circulação todos os anos. Isso porque só a título de curiosidade, no ano de 2023 houve o emplacamento de, aproximadamente, 85 mil novos veículos no Estado, segundo os dados registrados pelo Detran-ES.

Esta é uma das razões para a constante sensação de estar frequentemente passando por algum ponto de gargalo e trânsito nas cidades. Porém, isso não quer dizer que os investimentos devam cessar, pelo contrário, é preciso que os municípios também passem a contribuir para tornar as cidades cada vez mais inteligentes, voltando os recursos para a obtenção de novos instrumentos de operação, desenvolvimento e agilidade de suas malhas viárias em prol da população.

E um deles perpassa na prioridade do transporte coletivo de passageiros, o qual é capaz de transportar muito mais pessoas que o individual. A tendência é que as faixas exclusivas de ônibus sejam expandidas e devidamente regulamentadas, visando dar maior celeridade no tempo de viagem, além de promover a segurança no trânsito, como já ocorre aqui na 3° Ponte, e em outras cidades do Brasil, incluindo Recife, Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo.

Junta-se a isto a ideia de que o referido modelo é também adotado nas cidades de Madri, na Espanha, e Londres, na Inglaterra. O que reforça o entendimento de que o transporte coletivo se constitui não só como um meio de fomento econômico e social, mas como principal forma de deslocamento de milhões de passageiros mensalmente.

À luz de tais perspectivas, conclui-se que as experiências e benefícios da iniciativa implantada no Brasil e no mundo passem a estimular as cidades a refletirem em mobilidade urbana como uma visão de futuro, enfrentando desde já os desafios da área com planejamento, ações e recursos para uma organização do trânsito que priorize a coletividade.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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