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É mestre em Engenharia de Teleinformática pela UFC. Atua como coordenador de Inovação do Instituto Senai de Tecnologia em Eficiência Operacional (IST-Findes)

Muito mais que um game, Metaverso cria novas tendências de negócios

Na grade de possibilidades que a novidade traz para os negócios está a venda de produtos, serviços e realização de eventos dentro da plataforma, além da hospedagem de jogos e a compra, venda e aluguel de terrenos

  • Edmilson Queiroz dos Santos Filho É mestre em Engenharia de Teleinformática pela UFC. Atua como coordenador de Inovação do Instituto Senai de Tecnologia em Eficiência Operacional (IST-Findes)
Publicado em 23/03/2022 às 14h00
Metaverso e realidade virtual
Metaverso e realidade virtual. Crédito: rawpixel.com/Freepik

Da ficção científica para o nosso dia a dia, este é o Metaverso. Muitas mudanças e inovações aconteceram no mundo desde os primórdios da internet (entre 1934 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial) até a chegada da banda larga e da conexão 5G no Brasil, que deve acontecer ainda neste ano. Porém, nesse meio tempo uma coisa não mudou: as oportunidades de negócios que as novas tecnologias podem proporcionar.

Já é possível notar como a nossa forma de interação pessoal vem se transformando de maneira cada vez mais rápida, assim como a forma que consumimos produtos e serviços. As primeiras iniciativas para a criação de redes sociais em um universo digital tiveram início entre 1994 e 1995.

Naquele momento surgiam o The Globe e o Classmates (este último um site pago, com layout bem simples e o objetivo de conectar estudantes). Na medida em que a internet se massificava, essas mídias sociais avançavam e, assim, o número de usuários só crescia.

Hoje estamos diante desse novo universo, o Metaverso. De forma simples, ele pode ser encarado como uma grande rede social digital composta por várias outras redes. O conceito geral dele, assim como o das redes sociais, não é totalmente novo, pois diversos videogames já apresentaram esse mundo virtual há décadas. Porém, o Metaverso propõe muito mais que jogos em um espaço virtual.

Ele permite que, por exemplo, uma pessoa seja tudo aquilo que ela queira, criando sua imagem, o chamado avatar, e vivendo uma vida digital.

Nesse universo, a empresa e/ou marca deve pensar em quais sonhos pode realizar para o seu cliente. Assim, ela poderá ser pioneira nessa tendência. Empresas como Coca-Cola, Gucci, Dior, Nike, MasterCard, Adiddas, Tesla e Mercedes são apenas algumas das empresas que estão levando seus produtos para dentro desse universo digital.

Além delas, grandes corporações como Facebook (agora Meta), Microsoft e NVIDIA anunciam a criação de suas tecnologias para esse novo mundo. Com isso, sinalizam que a economia mundial será influenciada, pois serão necessários vários recursos tecnológicos e a integração entre corporações existentes.

Segundo a empresa Meta, por exemplo, esse novo mundo incluirá conexões sociais, entretenimento, exercícios físicos, trabalho, educação, comércio e muito mais. Tudo isso através de um ambiente 3D, imersivo e colaborativo, mas poderá envolver realidade aumentada em que o usuário interagirá com o mundo real.

De acordo com o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, "você poderá se teletransportar instantaneamente como um holograma para chegar ao escritório sem necessidade de deslocamento, a um concerto com os amigos ou à sala da casa dos seus pais para saber das novidades".

A Bloomberg Intelligence, empresa especializada em análise de dados para a tomada de decisões de investimentos, estima que a oportunidade de mercado para o Metaverso pode atingir US$ 800 bilhões (cerca de R$ 4,5 trilhões) até 2024. Esse volume de recursos possibilitará o avanço cada vez mais rápido dessa tecnologia e também o surgimento de novas moedas, agora digitais.

Na grade de possibilidades que o Metaverso traz para os negócios está a venda de produtos, serviços e realização de eventos dentro da plataforma, a hospedagem de jogos e a compra, venda e aluguel de terrenos.

Os produtores de games saíram na frente nessa corrida on-line. Empresas como Fortnite e Roblox já criaram locais digitais para socializar e se inseriram no Metaverso. Agora, elas estão fundindo jogos, fazendo eventos e transmitindo filmes dentro da sua plataforma e lucrando muito com isso.

Podemos trazer todas essas mudanças, por exemplo, para a Indústria. Hoje estamos vivendo a quarta revolução industrial, ou Indústria 4.0. Ela tem como premissa a revolução tecnológica por meio da automatização e da integração de diferentes sistemas de tecnologias avançadas como inteligência artificial, robótica, internet das coisas (IoT) e computação em nuvem. Isso porque elas são a base para esse futuro de oportunidades e se destacará quem estiver disposto a se reinventar.

Aqui no Espírito Santo, por exemplo, além da melhoria do ambiente de inovação, que é o primeiro passo para desenvolver tecnologias e alcançar esse universo digital, o Instituto Senai de Tecnologia da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) vem contribuindo para que empresas implementem uma trilha de desenvolvimento e inovação.

Acreditamos que a inovação e o desenvolvimento de soluções tecnológicas serão os propulsores do desenvolvimento da Indústria capixaba. Certamente novos negócios envolvendo realidade virtual ou realidade aumentada, por exemplo, surgirão e eles vão influenciar na criação de novos mercados. O Espírito Santo tem potencial para estar na vanguarda dessa mudança e, com isso, ganhar mais produtividade e competitividade

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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