A educação básica está em mudança no mundo, e o caminho a ser trilhado está se tornando cada vez mais evidente. Já está bem claro que não será uma caminhada fácil, mas também se percebe, pelos últimos acontecimentos, que não haverá retorno ao que era antes.
Os avanços tecnológicos e o advento de uma demanda por uma educação remota, consubstanciada na pandemia, dá a certeza de que os professores têm hoje um novo papel. O temor, que sempre assombrou os docentes, de poderem ser substituídos pelas (Tecnologias de Informação e Comunicação) TICs, parece que só ocorrerá para aqueles que não estão dispostos a mudar suas práticas, e que persistirem na acomodação.
A estagnação não é uma opção para os educadores, sobretudo os que pretendem permanecer no campo da Educação, em suas diversas vertentes. Um professor que não clama por uma formação e por capacitação está fadado ao esquecimento. É crucial que se perceba que as formações trazem o aprimoramento, para a evolução de professores e, consequentemente, dos alunos.
Para agirem como educadores, com o pressuposto de serem um amparo aos seus discentes, é imprescindível a compreensão de que a acomodação é a certeza do retrocesso. Há que se ter coragem para aprender e apreender novos conhecimentos. Os que trazem em si essa ambição hão de abraçar um caminho de docência evolutiva, estando dispostos a alterar as suas práticas, estes sim só precisarão de “um verão para mudar”, como relatou Jenny Henry, professora da 5ª série no condado de Douglas, Colorado.
Então, quando as formações e capacitações instituídas nas escolas públicas e privadas chegarem, nas semanas que antecedem o início das aulas, a recepção pelos educadores será positiva, pois a maior parte deles já deve ter percebido que grandes mudanças estão ocorrendo, não apenas no mundo, mas nas crianças e jovens; no cotidiano das pessoas e em todas as práticas profissionais.
As secretarias de educação, na gestão das escolas públicas, e as escolas privadas têm o dever de amparar os docentes no caminho evolutivo, fornecendo-lhes ferramentas técnicas, relacionais, psicológicas, comunicacionais, enfim, holísticas, para que os docentes tenham condições de ajudar a preparar desde cedo as crianças para o futuro.
Em "Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro", o filósofo e educador Edgar Morin já havia estabelecido uma cartografia da educação para o novo milênio, a pedido da Unesco. A pandemia somente acelerou o que já se antevia. Morin já falava da importância em se educar os educadores para um novo mundo.
As mentes dos gestores educacionais e dos educadores devem estar ocupadas e conectadas não só com os avanços tecnológicos, mas também com as tradições, a criatividade e com as emoções. Para que tais habilidades possam fluir, será necessário que as artes em geral e, sobretudo, a literatura, sejam colocadas como protagonistas, e não como coadjuvantes no palco da educação.
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É nesse viés da conexão criativa que os educadores vão conseguir estabelecer um diálogo com os seus alunos que, em alta potência, precisam aprender dos professores-mediadores, que “o essencial é invisível aos olhos”, como alertou a raposa ao Pequeno Príncipe, na obra homônima. Os nossos pequenos necessitam ser nutridos de conhecimentos e também de afetos, para sobreviverem em um mundo complexo.
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