Em meados de 2010, ficamos maravilhados com a possibilidade ilimitada de acesso aos conhecimentos produzidos por outras áreas do saber. Áreas diversas da ciência poderiam se entrelaçar: Psiquiatria, Matemática, Direito e Cuidados Paliativos são apenas breve exemplos; as interseções de saberes pareciam infinitas.
Tal fato, poderia permitir o aprimoramento dos conhecimentos humanos de maneira ampla e com grandes ganhos. Contudo, a avalanche negacionista aos saberes constituídos quanto ao uso de vacinas, mesclada com possíveis transtornos do espectro da esquizofrenia que circula de forma não diagnosticada nos ambientes sociais e políticos, alguns camuflados como científicos, parece que suplantou aquela esperança de 2010.
Grosso modo, a esquizofrenia pode ser percebida pela presença de sintomas como delírios, alucinações, desorganização do pensamento, da conduta, bem como sintomas que caracterizam a ausência da capacidade de expressão de emoções e perdas cognitivas , em especial déficit da capacidade de abstração e de problematização de tema. Ou seja, trata-se de doença produtora de importante impacto cognitivo, funcional e afetivo.
Dentro desse panorama, a ilimitada possibilidade de produção de conhecimentos das ciências com a junção de várias áreas parece que foi absorvida por realidades subjetivas pautadas no negacionismo ostensivo e intermediado por desorganização do pensamento. Tal negacionismo parece que assumiu vida própria e descontrolada, permitindo a criação de algo perigoso para uma sociedade que busca se construir por meio de saberes que possam ajudar no desenvolvimento da vida.
A ciência também é falha pois também é atividade humana. Porém, as falhas devem sempre ser interrogadas por meio da ciência propriamente dita, ou seja, as críticas, mesmo que ácidas, devem ter um objeto, um método e um corpo teórico minimamente crítico. Os negacionismos, por si sós, significam aceitar que os achismos e as falácias lógicas de todas as ordens serão os substitutos legítimos das ciências. Este é o caminho que a sociedade escolherá?
* Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta
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