Nesta semana, “celebramos” a Semana Nacional do Trânsito (SNT). Instituída pela Lei 9.503/97, o nosso Código de Trânsito Brasileiro, a semana neste ano traz o tema “Compartilhe o trânsito”. A mensagem subliminar da campanha nos remete à conscientização de todos: motoristas, ciclistas e pedestres. Nós todos, em alguma parte do dia, fazemos parte desse sistema chamado trânsito e, em decorrência disso, somos igualmente responsáveis pela segurança um do outro.
Ao deixarmos nossa casa, a pé ou de carro, a partir desse momento estamos inseridos no sistema de trânsito. A partir daí todo o cuidado é pouco. É verdade! Não negligencie os perigos do sistema. Não distraia enquanto esteja na condução de um veículo ou andando pelas ruas como pedestre. Qualquer descuido pode causar algum dano em você ou em terceiros, podendo mesmo ser fatal.
No Brasil, todo ano perdemos centenas de milhares de vidas em razão, em sua maioria, do comportamento imprudente o qual nos comportamos, em especial, na condução de veículos. Todos os anos “construímos” um exército de doentes e mutilados, vítimas da violência no trânsito. As clínicas de fisioterapia bem como os hospitais estão cheios de pessoas em tratamento decorrente de algum evento produzido no trânsito.
Somente a PRF no ano de 2020 registrou mais de 49 mil acidentes com vítimas, contabilizando mais de 5 mil mortes. E muitos desses acidentes, muitos mesmos, poderiam ter sido evitados com uma mudança de comportamento dos condutores e pedestres. A colisão frontal, decorrente de ultrapassagem em local proibido pela sinalização, continua sendo a maior causa das ocorrências e a que gera o maior número de vítimas feridas e fatais.
Muitos não morrem, é verdade também. Felizmente, mas muitos ficam com sequelas geradas pela violência do evento, que deixam um enorme grupo de pessoas incapacitadas para os atos cotidianos da vida, sem contar as sequelas emocionais e psicológicas. Considerável parte dessas vítimas não volta a ter uma vida “normal” depois de se envolver em um acidente automobilístico.
As estradas não ajudam, diriam os mais atentos. Sim, muitas delas são projetos ultrapassados que remontam há mais de cinco décadas e sem as menores condições de segurança para a trafegabilidade dos nossos atuais veículos. Muitas e importantes rodovias foram construídas no início do século passado e foram projetadas com técnicas e tecnologias da época.
É razoável apontar as falhas de projeto por todo o canto em que “rodamos”, muito embora não seja razoável o nosso comportamento imprudente na condução de veículos ou como pedestre, responsável pela imensa maioria dos acidentes.
Também precisamos levar em consideração que temos uma parcela de veículos ultrapassados e em condições de conservação e segurança bem ruins. Possuímos uma frota velha, antiga, em especial de veículos de cargas que, envolvidos em grande parte dos acidentes de trânsito, possuem enorme potencial de dano material e com vítimas feridas ou mortas.
Não é incomum observarmos nas estradas caminhões e automóveis em péssimas condições de conservação. O problema aqui remonta à uma política de incentivo para os proprietários desses veículos com o objetivo de uma renovação da frota.
Dirija com atenção! Respeite a sinalização! Diminua a velocidade! Essas são orientações que escutamos diariamente, todos os anos. E todos os anos as nossas estatísticas de acidentes são ruins. É preciso sairmos da teoria e partimos para a prática. No dia a dia. Da hora em que saímos de casa até a volta no final do dia, seguros e a salvos.
Este vídeo pode te interessar
“Compartilhe no trânsito”, eu diria. Compartilhe segurança, gentileza, respeito. Compartilhe as suas melhores experiências. Preocupe-se com o outro que divide o sistema com você. A segurança no trânsito depende de todos. Depende de nós. Aproveite esta semana em que estamos discutindo o tema e reflita sobre o seu comportamento. Dirija com mais responsabilidade!
Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.