Em uma pesquisa denominada Nossa Escola em (Re) Construção, apresentada na principal plataforma brasileira de conteúdos sobre inovações educacionais Porvir, os jovens de diferentes regiões do país expressaram seus sonhos e preocupações em relação ao Novo Ensino Médio. Além dos conteúdos de química, física e biologia, entre outros, eles esperam ajuda para descobrir suas vocações e orientações para realizar suas escolhas de vida. Também afirmam que o Novo Ensino Médio deve contemplar assuntos que lhes orientem quanto à escolha de faculdades, à preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e para os vestibulares.
A pesquisa ouviu 258.680 jovens de 11 a 21 anos e indicou como eles gostariam que fossem os ambientes educacionais dos seus sonhos. Esperam que a escola os prepare para o Enem, para os vestibulares e para realizar os seus projetos de vida. Que os ensine a mediar conflitos e que lhes permita participar das decisões escolares. Levantaram a questão da depressão, que tem afastado muitos jovens da sala de aula, e a pressão exercida, inconscientemente, pelas escolas em relação aos exames e provas, que traz uma cobrança psicológica excessiva.
A fala dos estudantes deixa claro que não querem somente uma boa infraestrutura, mas também um ensino conectado com as necessidades e oportunidades do século XXI, com atividades práticas e com interação com a comunidade.
As tendências das escolas de sucesso, tanto nacionais quanto internacionais, têm sido colocar o aluno como protagonista do próprio aprendizado, o professor como mediador, além de adotar, com maior ou menor intensidade, o uso de tecnologia.
Mas, estamos preparados para estas mudanças?
Acreditar nos alunos é a recomendação de Michael de Souza, diretor da escola de design Leadership Public School na Califórnia, para que sejam bem-sucedidos. Envolver alunos em atividades práticas é a filosofia da High Tech High, rede de escolas charter (pública com administração privada), também localizada na Califórnia.
Acreditamos que envolver os jovens nas decisões da escola, manter o diálogo em uma relação próxima com eles, professores, diretores e pais apresentarem altas expectativas com relação a eles, pode ser parte de uma proposta inovadora. Nesse sentido, as orientações curriculares da Base Nacional Comum Curricular para o Novo Ensino Médio estão de acordo com as novas tendências internacionais da educação.
O currículo do Novo Ensino Médio está dividido em 2 partes: A Formação Geral Básica - FGB, cuja finalidade é assegurar as aprendizagens essenciais (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas) e preparar os alunos para ter sucesso em importantes exames de seleção e os Itinerários Formativos – parte flexível do currículo, que objetiva o desenvolvimento da investigação científica, processos criativos, mediação e intervenção sociocultural e empreendedorismo.
O modelo educacional de repetição de conhecimentos, que ainda é vigente em muitas escolas, já não serve para formar cidadãos com as habilidades e as competências necessárias para o mercado de trabalho atual.
Se faz necessário estruturar grupos de trabalho coletivos incluindo pais e alunos, além dos profissionais da educação para a busca de novas soluções para antigos problemas. Utilizar novas metodologias para que os alunos se sintam protagonistas e participem da construção do próprio aprendizado.
Nesse sentido a implantação adequada da BNCC é essencial para a renovação curricular ocorra na educação básica brasileira, sendo pautada em altas expectativas de aprendizagem, que promova a criatividade, a inovação, a resiliência, a colaboração, a curiosidade científica, permitindo aos alunos concretizar suas metas, seus sonhos e projetos de vida.
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