No final do ano é comum levar os animais para manejo de curral por motivos diversos, como vacina, estação de monta, saldo de estoque para balanço patrimonial e outros. Junto desta movimentação ocorre o final do período seco com o início das águas. No Espírito Santo não é diferente, o capim começa a brotar, iniciando uma fase importante de decisões que podem definir o sucesso ou o fracasso da fazenda para 2024.
Uma receita exata não existe, pois a criação animal é multidisciplinar, ou seja, depende de vários fatores e cada fazenda terá uma prioridade diferente de acordo com suas condições. Mas existem alguns fatos comuns que, quando percebidos, medidos e avaliados, certamente mudam o futuro do negócio.
Nesta linha, entendo que algumas premissas comuns a todos precisam ser incorporadas por todos os pecuaristas que tiverem capacidade, tais como inventariar e identificar os animais, organizar ou reorganizar os lotes para definir o que vai ser vendido e o que vale permanecer na propriedade.
Diante dessa radiografia do rebanho atual para preparação do futuro, é hora de definir o que será necessário para que os animais tenham condições de produzir mais no próximo ciclo e, para isso, não temos como fugir, desviar ou adiar o investimento em toda a capacidade técnica possível no pasto.
Então, se algo deu errado durante a seca deste ano, estamos no momento crucial de corrigir e se preparar melhor para o próximo ciclo, pois a capacidade do seu pasto se define agora no entrar das águas, e que no final, definirá a taxa de lotação com planejamento da reserva de comida.
Uma dica importante de quem viaja pelo Brasil afora organizando e gerindo propriedades produtivas e de excelência: na maioria das fazendas, os ajustes necessários para acerto do manejo de pasto dependem da decisão certa na hora certa. Ou seja, a rentabilidade normalmente está dentro da sua propriedade, basta saber fazer as correções.
Destaco ainda que os ajustes no processo produtivo provenientes do acompanhamento e interpretação de alguns índices (ganho de peso diário, altura do capim, taxa de lotação) podem afetar o custo de produção em até 46%, isso é tecnologia de processos que garantem o bom uso dos recursos disponíveis em prol do melhor resultado.
Vale lembrar, por fim, que o Espírito Santo tem terras valorizadas, com média de R$ 14.749,50 por hectare de pastagem implantada - segundo publicação do Ministério da Economia de 2021 -, ou seja, é preciso produzir sobre essa terra algo capaz de remunerá-la mais do que a especulação imobiliária, caso contrário o negócio não é viável economicamente.
Estamos entrando na encruzilhada entre o sucesso e fracasso do ano de 2024 para os pecuaristas - estes decidirão agora se passarão o próximo ciclo na angústia da próxima seca, ou se traçam um planejamento profissional para nem percebê-la.
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