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É presidente do Asilo dos Idosos de Vitória

O Asilo dos Idosos de Vitória faz 84 anos

Note-se que, antes da Declaração Universal dos Direitos Humanos, nasce aqui no Asilo dos Idosos de Vitória a defesa da dignidade como conceito e conquista civilizatória que, mais à frente, marca presença no Estatuto da Pessoa Idosa

  • Robson Melo É presidente do Asilo dos Idosos de Vitória
Publicado em 05/06/2024 às 11h47
Data: 18/04/2019 - Entrada do Asilo de Vitória, no bairro Monte Belo - Editoria: Cidade - Foto: - NA
Entrada do Asilo de Vitória, no bairro Monte Belo. Crédito: Arquivo A Gazeta

Imagina só, há 84 anos, precisamente em 3 de junho, começava a acolhida e a assistência à parcela da população cuja dignidade esteve ameaçada.

“O ano era 1940. Demoraria, ainda, mais de meio século para que políticas públicas começassem a dar ao tema a atenção merecida e para que a dignidade garantida aqui se tornasse um direito para todos os brasileiros que chegam a essa fase da vida.”

Entidade quase secular fundada de um “impulso de compaixão transfigurado em ato, nascia o Asilo dos Idosos de Vitória, e nas letras do estatuto primordial da instituição assegurava-se, pois, a sustentação à dignidade das pessoas idosas que ali residissem, sem importar gênero, raça ou crença religiosa”.

Suas fundadoras “tinham em mente as pessoas idosas que, sem condições de sustentar a existência, sobreviviam pelas ruas da cidade de Vitória, carregando, como a soma de uma vida inteira, apenas seus corpos frágeis e esquecidos”.

O respeito à dignidade humana

implica o reconhecimento de todos os homens

ou de todas as nações como entidades,

como construtores de mundos

ou coautores de um mundo comum.

(Hannah Arendt)

Quem olha para a história é porque quer que o seu presente justifique o que vem por aí. Portanto, muito justo recordar a sua primeira Diretoria: Alzira Bley (presidente de honra), Alda Santos Neves (presidente), Maria Ignês Bonfim Velloso (vice-presidente), Juracy Mattos de Araújo (1ª secretária), Maria Picossi (2ª secretária), Lélia Saletto Guimarães (1ª tesoureira) e Firmiana Loureiro Santos Neves (2ª tesoureira).

Note-se que, antes da Declaração Universal dos Direitos Humanos, nasce aqui no Asilo dos Idosos de Vitória a defesa da dignidade como conceito e conquista civilizatória que, mais à frente, marca sua presença nos fundamentos do Estatuto da Pessoa Idosa.

Hannah Arendt, filósofa alemã de origem judaica, pensava a palavra dignidade “como uma qualidade que existe pela força da nossa decisão em garantir direitos reciprocamente iguais. Dignidade só existe se for compartilhada”.

Um brinde à dignidade das pessoas idosas, em especial as do Asilo de Vitória!

*Este artigo decorre de trechos do Livro “Dignidade não tem Idade”, lançado em dezembro passado pelo Asilo dos Idosos de Vitória, com a intenção de continuar mobilizando a sociedade capixaba para a sua manutenção e seu orgulho.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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