Imagina só, há 84 anos, precisamente em 3 de junho, começava a acolhida e a assistência à parcela da população cuja dignidade esteve ameaçada.
“O ano era 1940. Demoraria, ainda, mais de meio século para que políticas públicas começassem a dar ao tema a atenção merecida e para que a dignidade garantida aqui se tornasse um direito para todos os brasileiros que chegam a essa fase da vida.”
Entidade quase secular fundada de um “impulso de compaixão transfigurado em ato, nascia o Asilo dos Idosos de Vitória, e nas letras do estatuto primordial da instituição assegurava-se, pois, a sustentação à dignidade das pessoas idosas que ali residissem, sem importar gênero, raça ou crença religiosa”.
Suas fundadoras “tinham em mente as pessoas idosas que, sem condições de sustentar a existência, sobreviviam pelas ruas da cidade de Vitória, carregando, como a soma de uma vida inteira, apenas seus corpos frágeis e esquecidos”.
Quem olha para a história é porque quer que o seu presente justifique o que vem por aí. Portanto, muito justo recordar a sua primeira Diretoria: Alzira Bley (presidente de honra), Alda Santos Neves (presidente), Maria Ignês Bonfim Velloso (vice-presidente), Juracy Mattos de Araújo (1ª secretária), Maria Picossi (2ª secretária), Lélia Saletto Guimarães (1ª tesoureira) e Firmiana Loureiro Santos Neves (2ª tesoureira).
Note-se que, antes da Declaração Universal dos Direitos Humanos, nasce aqui no Asilo dos Idosos de Vitória a defesa da dignidade como conceito e conquista civilizatória que, mais à frente, marca sua presença nos fundamentos do Estatuto da Pessoa Idosa.
Hannah Arendt, filósofa alemã de origem judaica, pensava a palavra dignidade “como uma qualidade que existe pela força da nossa decisão em garantir direitos reciprocamente iguais. Dignidade só existe se for compartilhada”.
Um brinde à dignidade das pessoas idosas, em especial as do Asilo de Vitória!
*Este artigo decorre de trechos do Livro “Dignidade não tem Idade”, lançado em dezembro passado pelo Asilo dos Idosos de Vitória, com a intenção de continuar mobilizando a sociedade capixaba para a sua manutenção e seu orgulho.
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