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É cirurgião de cabeça e pescoço, fundador do Instituto Tireoide e referência na realização de ablação de nódulos da tireoide

O avanço da tecnologia e a evolução notável da medicina

Avanços impressionantes da tecnologia e o aprimoramento de procedimentos menos invasivos andam juntos, tornando tratamentos mais acessíveis e eficazes

  • Marco Homero de Sá É cirurgião de cabeça e pescoço, fundador do Instituto Tireoide e referência na realização de ablação de nódulos da tireoide
Publicado em 09/10/2023 às 15h00

Estamos testemunhando, no mundo atual, avanços impressionantes da tecnologia, inclusive na área médica. Impulsionados pela incessante busca por métodos mais eficazes e menos invasivos para tratar uma variedade de doenças, periodicamente surgem novidades ou atualizações de procedimentos praticados há anos, tornando-os mais práticos e menos agressivos.

Um desses avanços é a ablação por radiofrequência, uma técnica já usada para tratamentos de problemas no coração e no fígado e que, agora, tem se destacado para eliminação de nódulos benignos na tireoide. Este é um exemplo de como a tecnologia pode ser usada em prol da medicina, oferecendo benefícios significativos tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde.

Nódulos da tireoide são um problema comum, afetando cerca de 60% da população feminina adulta no Brasil. Mesmo que na maioria das vezes esses tumores sejam benignos, eles ainda podem causar desconforto e alteração na saúde dos pacientes, além de, em alguns casos, afetar a função da tireoide.

Para resolver tal situação, a ablação chega como alternativa à tireoidectomia, um tipo de cirurgia que, para remover o nódulo, também remove parte ou toda a tireoide, havendo a necessidade de reposição do hormônio tireoidiano T4. Além disso, o paciente fica com cicatriz e deve adotar um período de recuperação prolongado. Com a ablação por radiofrequência, essa realidade está mudando rapidamente.

Não há cortes na pele para fazer a ablação. Ela é feita com uma sonda de agulha guiada por ultrassom para direcionar ondas de calor diretamente para o nódulo, causando a coagulação do tecido do nódulo, reduzindo seu tamanho, até que ele seja eliminado por completo. É como se ele fosse queimado.

Por ser minimamente invasiva, os pacientes apresentam menos dor, menor tempo de recuperação e riscos cirúrgicos reduzidos. Isso resulta em uma melhor qualidade de vida, permitindo que eles retornem às suas atividades diárias mais rapidamente. E, já que a tireoide é integralmente preservada, não é necessário fazer reposição hormonal. Ou seja, os benefícios dessa abordagem são diversos.

Um alerta pertinente é que tal procedimento ainda não é indicado para todos os casos de nódulos da tireoide. Cada paciente é único e a escolha pela ablação deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa do médico, levando em consideração o tamanho e a localização do nódulo, bem como as necessidades individuais do paciente.

De toda forma, é inegável que a ablação por radiofrequência representa um avanço notável na medicina, se destacando como um ótimo exemplo do como a tecnologia é usada para melhorar a qualidade de vida e tornar os tratamentos médicos mais acessíveis e eficazes.

A combinação de precisão, menor invasividade e recuperação mais rápida torna esse procedimento uma opção promissora no tratamento de nódulos da tireoide. À medida que a tecnologia continua a evoluir, podemos esperar que mais inovações surjam, oferecendo ainda mais esperança e conforto para aqueles que enfrentam essa condição médica comum.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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