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O casaco de Isa Scherer e a estratégia que furou a bolha nas redes sociais

Influenciadora, filha do ex-nadador Xuxa, usou um casaco olímpico do pai para aplicar a técnica do storytelling e gerar engajamento com o público

  • Barbara Nascimento É jornalista e analista de SEO
Publicado em 07/07/2024 às 11h00
Isa Scherer usou o casaco olímpico do pai, o ex-nadador Xuxa
Isa Scherer usou o casaco olímpico do pai, o ex-nadador Xuxa. Crédito: @isabellascherer/Reprodução X

Uma das melhores estratégias que um influencer ou produtor de conteúdo pode colocar em prática é saber utilizar uma tendência a seu favor. Melhor ainda se ela ocorrer de maneira natural, se encaixando com a trajetória proposta nas redes, mesmo que para isso haja uma grande estratégia de storytelling por trás.

É o que mostrou recentemente a influenciadora, empresária e chef Isa Scherer. Primeiro, é importante destacar que, de maneira bem clara, ela surfa em duas tendências: a nostalgia, algo que voltou a estar em alta, principalmente no mundo da música, com bandas que marcaram época voltando a fazer shows, por exemplo; e a camisa de time, uma peça muito presente em estilos urbanos.

Basicamente, entende-se por storytelling o ato de contar uma história utilizando um contexto, um enredo e elaborando uma narrativa que envolva quem irá conhecê-la. Utilizado principalmente para textos, a estratégia passou a ser cada vez mais presente no marketing e nas mídias sociais, conforme a produção de conteúdo para as redes se desenvolveu.

Atrair e, principalmente, engajar o próprio público, é a grande missão de influenciadores e produtores de conteúdo em geral. Porém, no momento atual, no qual há uma massiva oferta de publicações, todas a um clique do usuário, furar a bolha tem se tornado mais difícil. Contudo, o storytelling aparece como uma arma capaz de mudar esse cenário.

Para entender como a influencer utilizou uma bela história para gerar pertencimento e, consequentemente, engajamento, destrinchamos a estratégia.

O primeiro ponto é que ela trouxe uma peça com uma história por trás, que completa 20 anos em 2024, próximo de uma nova edição das Olimpíadas. Com o evento começando a ficar em alta, ela soube inserir o casaco no momento certo, e de forma bem despretensiosa, apenas em uma foto de look.

O uso do afeto e da nostalgia para criar pertencimento

Com a volta de roupas, bandas e produtos dos anos 2000, quem viveu a época passou a experimentar a sensação nostálgica de reviver momentos da infância e adolescência. Isso impacta diretamente nas redes sociais e em todo o universo em que as mídias estão inseridas.

No caso de Isa, além do peso que a peça traz (um casaco olímpico), ela também se conecta ao público por meio da afetividade e da lembrança. Boa parte dos usuários alcançados pelo post da influencer viveu aquele momento.

Além disso, parte dessas pessoas conhece a rotina de Isa, seus momentos com o pai e, muito possivelmente, outras lembranças como essa. Com isso, há uma sensação de pertencimento, de quem acompanhou o pai e agora também acompanha a filha, o que gera uma conexão imediata com o que é publicado.

Outro fator que torna o post ainda mais estratégico é o fato de que compartilhar lembranças familiares é algo comum entre os brasileiros, principalmente nas redes sociais, fazendo com que as fotos desbloqueiem memórias afetivas dos internautas. Mais um ponto positivo.

E, inegavelmente, a presença da peça gera curiosidade. Esse é um bônus dentro de uma estratégia bem desenhada. O casaco, por si só, conta uma história, que passa a ganhar novos contornos para quem não viveu aquele momento ou desconhecia o parentesco de Isa com o ex-nadador Xuxa.

Com isso, a curiosidade gerada pelas fotos é o bônus recebido por uma estratégia de storytelling bem feita. Tal fato se torna a ponte entre o conteúdo e o leitor, que, por ter a curiosidade aguçada, corresponde, e passa a comentar, pesquisar e a engajar. Esse é o resultado de uma conexão tão buscada por criadores de conteúdo.

Não ironicamente, o engajamento dita e muito o sucesso do que é produzido para as redes sociais. Melhor ainda se for um envolvimento genuíno, partindo de pessoas que se identificaram tanto com um post a ponto de engajarem.

Em um momento no qual a oferta de conteúdo tem se tornado maior, mas o alcance e o interesse do público tem sido menor, ganha quem sabe, de forma criativa, utilizar o poder de uma boa história a seu favor e, quem sabe, furar a bolha. A Isa soube. Ainda bem!

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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