Acho que todos compartilhamos da mesma sensação de que o tempo está voando. Quando acordamos na última segunda-feira, 1º/07, metade do ano já havia ido embora. Acredito que para aqueles que trabalham com segurança pública essa sensação é ainda mais acentuada. A cada dia um desafio diferente, todas as semanas a difícil missão de garantir segurança às pessoas, enfrentar a violência e contribuir para a construção de uma sociedade mais pacífica. A ausência de rotina e a necessidade de nos adaptarmos a todo momento para superar as adversidades e obter bons resultados contribui para não percebermos o tempo passando.
A verdade, no entanto, é que metade do ano de 2024 já passou. Acabamos de entrar no segundo semestre e vale o registro de alguns números importantes quando o assunto é segurança pública, paz social e redução da violência.
Antes de tudo, é importante destacar que em 1996 o Espírito Santo iniciou o monitoramento oficial dos números de homicídios. Como se sabe, o bem mais precioso de todos nós é a vida, daí a importância de monitorarmos esse crime que ceifa o bem mais precioso do ser humano. Ao longo do tempo, o Estado vem lutando para reduzir o número de homicídios. Em 2010 e 2011, o ES chegou a ocupar a lamentável posição de segundo Estado mais violento do país.
Em 2011, no entanto, esse cenário começou a mudar. Nesse ano foi criado o Programa Estado Presente, que tem como objetivo principal reduzir os índices de violência no Espírito Santo. O programa conta com dois eixos principais. O primeiro, de proteção social, busca evitar que as pessoas mais vulneráveis, especialmente os jovens, busquem a criminalidade. Para tanto, as áreas de maior vulnerabilidade social recebem investimentos que garantem o acesso a esportes, educação, qualificação e emprego.
No eixo policial, de forma resumida, o programa dividiu o ES em regiões e áreas integradas de segurança pública. Cada área é controlada de perto pelo Delegado de Polícia e pelo Oficial da Polícia Militar que trabalham, de forma coordenada e completamente integrada, para reduzir os números de homicídios. Mensalmente, há reuniões com policiais de todo o Estado, para monitoramento dos índices e, uma vez por mês, o próprio governador, pessoalmente, coordena uma dessas reuniões, que conta com a participação de inúmeras instituições como Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Abin e Secretarias do Executivo.
Além disso, as ações policiais focam em três pilares principais: prisões qualificadas, especialmente de homicidas e líderes de organizações criminosas, apreensões de armas de fogo e realização de operações ostensivas que, além de bons resultados, trazem maior sensação de segurança às pessoas.
Todo esse trabalho árduo, realizado por várias mãos, e que conta com robustos investimentos por parte do governo do Estado, tem trazido bons e consistentes resultados. Em 2023, o Espírito Santo teve o melhor ano da série histórica no que tange ao número de homicídios. Aquela marca sombria de segundo Estado mais violento do país há muito já não é realidade, estando o ES no meio da tabela quando o assunto é violência letal.
Os bons resultados não param por aí. O primeiro semestre de 2024 foi o melhor primeiro semestre de todos os tempos, superando o ano de 2023. O mês de junho foi o mês em que menos se matou no Espírito Santo desde 1996.
É certo, e temos repetido à exaustão, que enquanto houver uma morte violenta em nosso Estado não há o que comemorar. Queremos, e trabalhamos muito para isso, um Estado onde reine a paz social e a tolerância. Sonhamos com um Espírito Santo cada vez mais seguro e com menos violência. Cada vida importa e, por isso mesmo, os bons resultados alcançados não nos permitem qualquer tipo de celebração. Por outro lado, no entanto, esses resultados indicam que estamos no caminho certo. Não perco a esperança de ver, num futuro próximo, nosso Espírito Santo na posição de Estado mais seguro do Brasil.
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