O encantamento, a grande paixão, os planos juntos e, de repente, o fim.
A cada história ouvida no escritório de advocacia voltado para a área de família, fica sempre uma pergunta dentro de mim: em que momento aquela pessoa ou mesmo aquele casal percebeu que a sintonia foi perdida, que o encanto acabou. Muitas vezes também quem está ali diante de mim ainda gostaria que o casamento fosse restabelecido, mas foi a outra parte quem decidiu.
Se fosse possível não romantizar o casamento e pensar nele como um contrato, no qual duas pessoas resolvem fazer uma sociedade. Quem em sã consciência abre uma empresa querendo fechar? Quem quer a falência? O fim do casamento é a falência da relação conjugal. Qual o motivo? Faltou fomento? Faltou investimento?
Ainda tem a questão do desapego, dos hábitos e costumes e a dolorosa saída do lar. Quantos casos de “ele (ou ela) saiu de casa”. A dor de quem fica é maior do que a dor de quem sai? Sempre me questiono. É o canto da casa, o travesseiro, o lado da cama… e, para quem fica, quantas lembranças (boas ou ruins), agarradas em cada canto.
Existe jeito certo de colocar o fim? Qual o momento ideal? Quando se percebe que a relação está findando? Há como ter essa percepção?
Pouco tempo de namoro é algo a se considerar? Mas e quando o tempo enorme de namoro também resulta em um casamento breve?
Com tanto tempo de atuação, acumulamos os casos que são lembrados com frequência, outros menos, outros corriqueiros, e outro questionamento me vem: já ouvi de tudo? Ainda vou me surpreender?
Findando mais um ano de atuação fica a certeza: o divórcio não é o fim, mas o recomeço de uma nova história! Que sejamos felizes!
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