Em 15 de novembro de 2020, eu vivia um dos momentos mais emocionantes da minha vida. 1961 pessoas tinham depositado um voto de confiança em mim, no lema da minha campanha "Sem deixar ninguém pra trás", me elegendo vereadora de Vitória.
No dia 6 de outubro de 2025, talvez eu tenha vivido o segundo momento dos mais emocionantes da minha vida. Fui eleita a vereadora mais votada da história de Vitória e do Espírito Santo. Com meia hora de contagem dos votos, eu já tinha superado minha votação de 2021 e quando as urnas foram apuradas completamente, um número saltou aos olhos: 7256. Foram 7256 pessoas que acreditaram que é possível fazer uma Vitória de todas as vozes, como foi o lema da minha campanha. Eu tive comigo 7256 pessoas que renovaram o sonho, que acreditam que é possível fazer política de uma forma diferente.
Até a minha primeira eleição, apenas seis mulheres tinham sido eleitas em toda a história da Câmara Municipal de Vitória. Esse dado me marcou muito, porque está longe de ser a realidade da população que representamos no Legislativo. Em 2020 fomos duas. Agora, em 2024, fomos três. Ainda é pouco, mas crescemos. É olhando para esse passado que eu projeto o futuro.

Quando eu decidi participar da política institucional — gosto de fazer esse recorte sempre, afinal nós mulheres fazemos política a todo momento —, minha meta era ser capaz de mudar internamente o modo de fazer, o jeito de debater e a forma de construir políticas públicas.
Os primeiros 4 anos não foram fáceis. Vocês acompanharam comigo todo o enfrentamento que precisei fazer para garantir a defesa da democracia, da dignidade de grupos vulnerabilizados, dos trabalhadores e servidores, esquecidos pelo Poder Público. Junto com isso veio muito desrespeito com meu mandato, com minha história e da minha família, com meu partido político. Veio muita, mas muita violência política de gênero.
O recado que a violência política de gênero passa é o seguinte: já que você se atreveu a estar nesse espaço, "aguente o rojão" ou saia! Não continue, não traga outras. E o recado que a gente deu, que as urnas deram, foi: a gente chegou, vai ficar e vai trazer muitas outras. A política deve ser feita também por nós mulheres, deve ser feita por pessoas LGBT+, negras, com deficiência, indígenas e quilombolas, por pessoas de diferentes religiões, porque são essas pessoas, somos todos nós, na diversidade que o ser humano tem, que vivemos a cidade.
Ter sido a mulher mais votada entre todas e todos os vereadores de Vitória nesta eleição, além de ser a vereadora mais votada do Espírito Santo, é uma alegria e que aumenta ainda mais da minha responsabilidade em continuar trabalhando por uma Vitória com mais dignidade, com mais possibilidades e igualdade de oportunidades, com prosperidade econômica, com proteção ambiental, com respeito às diferenças e à diversidade.
Na campanha eu gravei um vídeo dizendo que todas as vezes que eu subo à tribuna da Câmara Municipal de Vitória, eu não subo sozinha, mas sim com cada um e cada uma que acompanha o mandato, que me manda sugestões, cobranças, que acredita que a política não deve ser lugar de violência, mas sim de proposição e construção de uma sociedade justa e digna.
Agradeço a todos e todas que fizeram história comigo. Eu reafirmo meu compromisso de continuar honrando esses votos, essa confiança e convido quem ainda não acompanha nosso trabalho, que passe a fazer isso. A Câmara Municipal de Vitória deve ser cada vez mais aberta para a população, afinal, é a casa do povo da nossa Capital.
Meu objetivo é construir uma cidade melhor para meninas e mulheres porque, quando a gente transforma a vida delas, as nossas vidas, todo mundo ganha, a sociedade fica melhor! Foi com esse norte que eu segui nesses últimos 4 anos e é com ele que eu seguirei, sem deixar ninguém para trás, falando por todas as vozes!
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