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É professor, consultor linguístico e empresário

O papel da neurociência no aprendizado de inglês

Reconhecer esses processos neurobiológicos é importante para conhecer, de fato, os limites e as potencialidades das práticas educativas. Assim, a neurociência proporciona ferramentas que permitem ao professor entender o processo de aprendizagem

  • Sandlei Moraes É professor, consultor linguístico e empresário
Publicado em 18/03/2025 às 13h04

O estudo da neurociência tem revolucionado a maneira como aprendemos idiomas, trazendo novas estratégias para otimizar o aprendizado do inglês. Pesquisas indicam que métodos tradicionais, como a simples memorização de vocabulário isolado, são menos eficazes do que abordagens que ativam múltiplas áreas do cérebro.

Estudos recentes revelam que o uso de técnicas como a repetição espaçada, o “chunking” (agrupar elementos semelhantes em “blocos”) e a aprendizagem multimodal melhora significativamente a retenção de informações e a fluência dos alunos.

A repetição espaçada, baseada no funcionamento da memória de longo prazo, tem se mostrado um dos métodos mais eficientes para consolidar o aprendizado. Essa técnica consiste em revisar conteúdos em intervalos progressivos, reforçando a retenção a cada nova exposição.

Aprendizado de inglês
Aprendizado de inglês. Crédito: Pixabay

Um estudo do Journal of Cognitive Neuroscience apontou que revisar palavras e expressões em intervalos estratégicos pode aumentar em até 60% a capacidade de lembrar delas a longo prazo. Para quem aprende inglês, isso significa que revisar uma palavra ou estrutura gramatical em momentos específicos faz com que o cérebro reconheça aquilo como informação relevante, evitando o esquecimento.

Outro conceito importante é o “chunking”, que consiste em aprender palavras e expressões em blocos ao invés de unidades isoladas. Essa técnica se baseia no fato de que o cérebro processa melhor informações agrupadas, facilitando a formação de conexões entre os elementos da linguagem.

Em vez de memorizar palavras soltas, os alunos podem aprender frases inteiras, expressões idiomáticas ou estruturas comuns, o que acelera a fluência. Pesquisas indicam que essa abordagem pode melhorar a retenção em até 30%, tornando-se uma excelente estratégia para quem deseja falar inglês de maneira mais natural.

Além disso, a aprendizagem multimodal – que envolve o uso de diferentes estímulos sensoriais, como audição, visão e movimento – fortalece as conexões neurais durante o aprendizado. Ouvir, ler, escrever e falar ativamente o inglês ao mesmo tempo estimula diversas áreas do cérebro, melhorando a memorização e a compreensão. O uso de músicas, vídeos, gestos e atividades práticas no ensino do idioma ativa o cérebro de forma mais intensa, tornando o aprendizado mais eficaz e envolvente.

Reconhecer esses processos neurobiológicos é importante para conhecer, de fato, os limites e as potencialidades das práticas educativas. Assim, a neurociência proporciona ferramentas que permitem ao professor entender o processo de aprendizagem, considerando as necessidades dos alunos, e desenvolver estratégias de ensino mais eficientes.

Ou seja, aplicar os princípios da neurociência no aprendizado de inglês traz resultados muito mais rápidos e duradouros, já que essas técnicas ajudam a consolidar o idioma na memória de longo prazo e a tornar o processo de aprendizado mais natural.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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