Em um mundo onde o tempo parece cada vez mais imprevisível, 2025 já começa com um recorde preocupante: janeiro foi o mais quente da história registrada. A temperatura global subiu a patamares alarmantes, deixando claro que as mudanças climáticas deixaram de ser uma ameaça distante para se tornarem uma realidade inegável.
No Brasil, os sinais desse desequilíbrio climático são evidentes. O Nordeste, historicamente conhecido por suas estiagens prolongadas, enfrentou chuvas fora de época e volumes de precipitação nunca antes registrados. Em diversas cidades, rios transbordaram, desalojando famílias e colocando em risco a infraestrutura local. No Sul do país, o cenário foi inverso: uma onda de calor extremo trouxe temperaturas recordes, prejudicando lavouras, afetando a saúde da população e sobrecarregando o sistema elétrico.
Além disso, o Espírito Santo enfrenta um calor intenso acompanhado de umidade extremamente baixa, impactando diretamente a qualidade de vida da população. O ar seco agrava problemas respiratórios, aumenta o risco de incêndios e afeta a disponibilidade de água. Com temperaturas acima da média histórica, os capixabas sofrem com o desconforto térmico e a pressão sobre os recursos hídricos, tornando a adaptação climática um desafio cada vez mais urgente.
Esses eventos não podem mais ser vistos como fenômenos isolados. A ciência tem alertado há décadas sobre as consequências do aquecimento global, mas a resposta da sociedade e dos governos ainda é lenta. A recente saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris – um tratado que visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa – lança uma sombra sobre os esforços internacionais de combate à crise climática. Como podemos enfrentar esse desafio global sem o comprometimento das maiores economias do mundo?
O Brasil terá um papel central na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, programada para ocorrer em 2025. Com um país vivendo os impactos diretos da crise climática, o evento será uma oportunidade única para pressionar por medidas concretas e reforçar o compromisso global com a redução de emissões e a preservação ambiental. Mas estará o Brasil preparado para liderar essa discussão?
O futuro do planeta está em jogo e a solução passa por acreditar na ciência, investir em energias limpas e implementar políticas sustentáveis. A ação precisa ser global, mas cada um de nós tem um papel a desempenhar. Diante desse cenário, a pergunta que fica é: quanto tempo ainda temos antes que os extremos climáticos se tornem o novo normal?
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