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É vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, apresenta neste espaço temas e reflexões sobre os setores que contribuem para o desenvolvimento social e econômico das pessoas e do ES

O primeiro estágio na transição energética: gás natural, oportunidade no ES

Programa ES Mais+Gás  surge de uma parceria do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento, com diversas instituições públicas e empresas privadas de todos os segmentos da cadeia do gás natural

  • Ricardo de Rezende Ferraço É vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, apresenta neste espaço temas e reflexões sobre os setores que contribuem para o desenvolvimento social e econômico das pessoas e do ES
Publicado em 03/08/2024 às 03h00

A utilização do gás natural como estratégia nessa transição é fortemente adotada no mundo todo. É defendida pela União Europeia, que é vanguarda nas regulações ambientais, enquanto os Estados Unidos, atualmente o maior produtor mundial, atribuem ao uso do gás à queda nas emissões de CO2 do país.

Mesmo sendo um combustível fóssil, o gás natural emite consideravelmente menos gases de efeito estufa, sendo quase metade da emissão do carvão, enquanto o biometano é zero carbono. Além disso, a substituição de outros combustíveis fósseis pelo gás é mais fácil e barata. O que o torna um tipo de combustível mais atraente como opção de transição, sobretudo para processos industriais e nos transportes.

No Brasil, o gás é cada vez mais considerado uma opção prioritária de transição energética, e o aumento na produção e utilização é um objetivo explícito em termos de política nacional.

A Nova Lei do Gás (2021) abriu caminho para a redução da concentração do mercado de gás natural e criou mecanismos para melhor regulação do setor e para viabilizar e agilizar novos investimentos privados, aumentando a oferta no país.

Ainda que os resultados não possam ser sentidos no curto prazo, a produção e utilização do gás natural cresce. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), “a produção de gás natural em maio atingiu os 145,63 milhões de metros cúbicos por dia e também registrou aumento de 0,8% em relação a maio de 2023 e de 6,6% ante abril deste ano. O aproveitamento de gás natural no mês foi de 97,6%.” (Jornal Valor 02/07/2024).

O Espírito Santo tem vantagens significativas para avançar nessa trilha e liderar a transformação energética no Brasil, que também representa uma enorme oportunidade econômica. Somos a 3ª maior reserva de gás natural do país, com 36,2 bilhões de metros cúbicos e temos potencial para produzir 1,8 milhão de metros cúbicos de biometano por dia.

Além disso, possuímos características que podem alavancar o desenvolvimento do Estado por meio do setor de gás, como uma forte vocação logística, infraestrutura de portos, proximidade dos campos de produção de óleo e gás e uma economia diversificada.

Ainda mais, as principais fontes de emissão de CO2 no Espírito Santo são provenientes de processos industriais e de geração de energia, que correspondem a 36,5% e 32,2% do total, respectivamente. Em ambos a transição para o gás natural é uma alternativa viável e com impacto positivo para a transformação energética.

ES Gás assumiu a concessão da distribuição de gás natural canalizado no dia 1º de agosto
ES Gás . Crédito: ES Gás/Divulgação

No âmbito do Governo do Espírito Santo, já contamos com um Plano Estadual de Descarbonização e Neutralização de Gases de Efeito Estufa e com a possibilidade de financiamento de investimentos na área, através do Fundo Soberano. Também concluímos o processo de privatização da ES Gás, que no início deste ano anunciou investimentos da ordem de R$ 100 milhões no aumento da distribuição.

Mas transformar essas potencialidades em realidade não é uma tarefa simples. Envolve múltiplas questões e atores. Investimentos privados, regulação pública e depende em grande parte da própria evolução da oferta e do preço do gás no mercado nacional. E para enfrentá-lo resolvemos somar forças. Assim decidimos criar o Programa ES Mais+Gás.

O programa surge de uma parceria do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento, com diversas instituições públicas e empresas privadas de todos os segmentos da cadeia do gás natural. Juntos, os participantes elaboraram um amplo estudo que estabeleceu quatro macro objetivos para o programa e a proposta de 86 ações com resultados expressivos para a sociedade. São eles:

  1. Reduzir a emissão de gases de efeito estufa, a partir da diversificação dos combustíveis utilizados na indústria e no transporte;
  2. Estabelecer uma matriz energética robusta, eficaz e diversificada, oferecendo mais segurança e estabilidade no fornecimento de energia.
  3. Impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável do Espírito Santo, com investimentos diversos no setor de gás natural e biometano.
  4. Transformar o Estado no principal hub de integrado de gás de alta competitividade do país.

Nesta terça-feira (6), durante a feira MecShow, será lançado o ES Mais+Gás. É sonho, esperança, dedicação e muito trabalho. Estão todos desde já convidados.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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