Autor(a) Convidado(a)

O que a troca do CEO do Itaú nos diz sobre sucessão patrimonial?

Notícia levanta uma discussão importante sobre o momento certo de “passar o bastão” da empresa, com a definição de um plano sucessório

  • João Eugênio Modenesi Filho
Publicado em 10/11/2020 às 09h30
Sala de conferência de empresa vazia
Sala de conferência de empresa vazia. Crédito: Pixabay

mercado financeiro foi surpreendido com a decisão do Banco Itaú de retirar Cândido Bracher do cargo de CEO da instituição. Às vésperas de completar 62 anos, o executivo será retirado da função pois atingiu a idade limite definida pelo estatuto do banco para um executivo nesse posto. Essa notícia levanta uma discussão importante sobre sucessão empresarial e a decisão do momento certo de “passar o bastão” da empresa.

A retirada do Bracher da função de CEO foi recebida com surpresa porque, hoje em dia, uma pessoa na faixa dos 60 anos segue no pique de sua produtividade e, como é possível observar por meio dos resultados do banco, a troca não foi relacionada com o desempenho. Certamente um executivo mais jovem assumirá a função. Trazendo essa realidade para as empresas familiares, o fundador do negócio só conseguirá se afastar da direção caso consiga colocar um herdeiro com capacidade igual a ele no lugar.

Fixar uma idade para “se aposentar” do próprio negócio é um critério bastante subjetivo. Por isso, é importante que, quem tem a intenção de diminuir o ritmo ou até de deixar frequentar a empresa como chefe, a partir de determinada data deve começar a definir o plano sucessório. Essa ferramenta de gestão e jurídica vem para garantir a perenidade e estabilidade da pessoa jurídica e das famílias envolvidas com o negócio.

A sucessão, quando bem planejada e executada, protege a empresa familiar em momentos de crise como o enfrentado com a pandemia durante esse ano. Profissionalizar a gestão e preparar as novas gerações dá estabilidade ao negócio em momentos decisivos como uma crise econômica ou a perda de um fundador. O resultado desse investimento em sucessão pode ser visto no Estudo Family 1000 divulgado pelo Credit Suisse: por meio de estratégias de gestão e investimento a longo prazo, as empresas familiares foram as mais lucrativas durante a pandemia da Covid-19.

Vale lembrar que “passar o bastão” de forma planejada contribui ainda para conter o furor arrecadatório do Estado sobre as empresas. Organizar o patrimônio e profissionalizar a gestão por meio do planejamento sucessório é fundamental para a adequação de custos com impostos.

O autor é advogado especialista em Sucessão Empresarial e Familiar

A Gazeta integra o

Saiba mais
Brasil Brasil empresas Itaú Unibanco

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.