No calendário cristão, quando os “reis magos do Oriente” Melchior, Gaspar e Baltazar foram visitar o recém-nascido Jesus Cristo, foi o dia da revelação e confirmação de que Salvador teria chegado. Celebrado no dia 6 de janeiro, o Dia de Reis é popularmente conhecido como o momento em que se encerram as celebrações natalinas e a árvore de Natal é desmontada. Porém, a data carrega consigo uma série de significados e é comemorada das mais diversas maneiras ao redor do mundo.
Ainda atualmente, no Dia de Reis, os mais tradicionais fazem a troca de presentes na véspera do dia 6 de janeiro. Como são feitas as ceias de Natal, Ano-Novo, temos ainda em algumas famílias o costume de uma ceia de Reis. Uma lenda italiana conta a história de uma bruxa bondosa que presenteava as crianças que fizeram bons atos durante o ano e daria pedaços de carvão ou cinzas para os pequenos desobedientes. Segundo os costumes, crianças devem colocar meias na janela no dia de Reis para receber seu presente.
Na Espanha, os mais apegados aos costumes fazem a troca de presentes no Dia de Reis e não no Natal, sempre ao pôr do sol do dia 5 de janeiro. Já em Portugal, a Folia de Reis faz parte da tradição que começa no dia 24 e termina dia 6. As datas marcam quando se levanta e quando abaixa-se o estandarte do Natal. Um bolo de reis também é ofertado. É um bolo doce com frutas cristalizadas, e o que deve ser achado é uma fava.
Não existe uma especificação na Bíblia de serem “três” os reis magos, podendo ser até mais. Como estão registrados três presentes, existe essa dedução de que cada um trouxe uma oferta. Os três presentes têm um papel importante na celebração. Os presentes foram ouro, incenso e mirra, um óleo muito valioso usado para embalsamar mortos. Sendo que o ouro e a mirra foram essenciais para a sobrevivência dos pais de Jesus quando, para proteger o recém-nascido, fugiram para o Egito. De acordo com a narrativa cristã, Deus provê para os seus fiéis sempre que precisarem. Assim, as ofertas dos reis magos eram parte dessa provisão divina.
No Novo Testamento não existe a palavra “reis” para se referir aos visitantes. Era tradição medieval usar a expressão “reis” para se referir a magos, e pode ter surgido desse uso. No século VII, um autor chamado São Beda escreveu sobre a passagem dos reis magos. São Beda registrou que os homens que visitaram o menino Jesus seriam persas e praticantes da religião “zoroastrismo” e, provavelmente por isso, surgiu o uso da palavra “magos”.
De todas as manifestações e festas tradicionais do calendário brasileiro, posso afirmar sem sombra de dúvidas que a folia de reis é cheia de encantos e magia. Uma manifestação cultural das mais completas do calendário, porque agrega uma diversidade que vai desde a comida, passando pela indumentária e chegando até os cantos, agregando várias danças de acordo com a sua região.
No Sul do Espírito Santo, nos municípios de Muqui, Mimoso do Sul e Alegre, as folias de reis são encontrados em numerosos grupos. Eles geralmente se organizam nas fazendas de café e pecuária, e muitos fazendeiros se orgulham das folias de seus empregados e colonos.
A folia de reis é a representação da viagem dos três reis magos até o local de nascimento de Jesus, guiados pela estrela guia. Uma linda história porque esses reis eram perseguidos e passaram por muitas dificuldades na sua trajetória, tiveram que se esconder.
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E, com isso, no Brasil, foram agregadas muitas tradições relacionadas à cultura popular. As folias saem às ruas entre 24 de dezembro e 6 de janeiro, dependendo da região, e os grupos de foliões vão visitando casas de moradores da mesma forma que os três reis magos fizeram no nascimento de Jesus.
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