As mulheres enfrentam diversos desafios no mercado de trabalho, fruto de desigualdades históricas e estruturais presentes na sociedade. Apesar dos avanços nas últimas décadas, ainda existem obstáculos que limitam a participação plena das mulheres em diversas áreas profissionais.
Enfrentamos disparidade salarial, inclusive Vitória é a quarta capital do Brasil com maior diferença salarial no país, segundo o IBGE. Enfrentamos a discriminação, seja por estereótipos de gênero que atribuem características de liderança apenas aos homens, seja pela falta de oportunidades. Tem também a sobrecarga ao tentar conciliar carreira e vida pessoal, sem falar no assédio moral e sexual escancarado na triste quinta posição que ocupamos no ranking de feminicídio da ONU.
Apesar desses desafios, é importante destacar que cada vez mais mulheres têm superado barreiras e conquistado posições de destaque em suas áreas de atuação, promovendo mudanças significativas no mercado de trabalho. O combate às desigualdades de gênero exige esforços coletivos, incluindo políticas públicas, medidas empresariais e uma conscientização contínua sobre a importância da igualdade de oportunidades para todas as pessoas, independentemente do gênero.
Uma sociedade mais igualitária é mais próspera e todos ganham. Está provado que ambientes diversos entregam mais resultado e geram mais lucro. Mais lucro agrada acionista, mas também gera distribuição de riqueza e prosperidade social, o que todos nós queremos!
Para isso, precisamos nos unir como sociedade e como mulheres. No último dia 9 de outubro, a professora de Harvard Claudia Goldin recebeu o mais prestigiado prêmio no campo econômico, o Nobel de Economia 2023, por suas pesquisas sobre o papel da mulher no mercado de trabalho. Claudia evidencia que, apesar dos avanços, estamos longe da tão sonhada igualdade. Segundo o comitê do Nobel, a professora comprovou a disparidade de salários e que esta costuma iniciar depois do nascimento do primeiro filho. Será que precisaremos reduzir a natalidade para avançar na carreira?
Os desafios também ficam óbvios ano após ano no relatório Women in the Workplace realizado pela McKinsey. Por exemplo, para cada 100 homens promovidos à liderança, apenas 88 mulheres são promovidas, ao mesmo tempo que para cada promoção feminina, dois desligamentos voluntários acontecem. Ou seja, aparentemente a diferença nunca será reduzida.
Evidências como essas desconstroem o discurso que minimiza os desafios e dores das mulheres. Se trata de pura realidade. E aqui não estou fomentando qualquer rivalidade de gênero, pelo contrário: só busco demonstrar com fatos e dados os desafios femininos para que nossa sociedade tome mais consciência dos pontos em que precisamos atuar. Afinal, juntos somos muito mais fortes!
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