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É médica veterinária oncologista do grupo Lifepet

Outubro Rosa Pet: prevenção e conscientização se estendem aos animais

A incidência de tumores nos animais vem aumentando e isso pode ser atrelado à maior expectativa de vida desses animais. Com o câncer de mama não é diferente, sua incidência em cadelas é alto, sendo um dos tumores mais diagnosticados

  • Fernanda Ming É médica veterinária oncologista do grupo Lifepet
Publicado em 05/10/2022 às 16h49
Telemedicina veterinária ou televeterinária é regulamentada no Brasil
Telemedicina veterinária ou televeterinária é regulamentada no Brasil. Crédito: Shutterstock

Como muitos sabem, outubro é o mês da campanha de prevenção ao câncer de mama em mulheres. Mas você sabia que cães e gatos também podem ter câncer de mama? É por essa razão que a conscientização proposta pela campanha em humanos se estende para cães e gatos com o projeto Outubro Rosa Pet, que tem como intuito informar aos tutores de pets sobre métodos de prevenção e diagnóstico precoce, bem como esclarecer sobre o tema uma vez que a palavra câncer assusta muitos tutores.

A incidência de tumores nos animais vem aumentando e isso pode ser atrelado à maior expectativa de vida desses animais. Com o câncer de mama não é diferente, sua incidência em cadelas é alto sendo um dos tumores mais diagnosticados na espécie e, em gatas, é o terceiro. No entanto, apesar de menos frequente, aproximadamente 90% dos tumores mamários em gatas são malignos, enquanto em cadelas esse número gira em torno de 50%.

Essa enfermidade é mais prevalente nos animais não castrados, que fazem uso de anticoncepcional ou que apresentam pseudociese (produção de leite sem gestação). Pets de meia idade a idosas são mais predispostas à doença.

Apesar da incidência do tumor de mama ser multifatorial, a castração precoce se mostrou eficaz na prevenção. Estudos recentes recomendam que a castração seja realizada entre o primeiro e o terceiro cio, sendo que a incidência em cadelas castradas após o primeiro cio é de menos de 8%, esse número aumenta conforme o número de cios e, após o terceiro cio, não apresenta mais efeito preventivo na formação do tumor.

O diagnóstico da doença é feito através da palpação das mamas, sendo muitas das vezes notado pelo tutor durante um momento de carinho ao pet ou em uma visita ao veterinário durante o exame físico do paciente. Sendo assim, ao notar alguma alteração na conformação ou aumento de volume nas mamas, mesmo que muito pequenininho, deve-se procurar um médico veterinário de confiança para correto diagnóstico. Lembrando que o sucesso da terapia está associado ao diagnóstico precoce e tratamento correto, sendo a cirurgia, frequentemente, o de primeira escolha.

Mas vale ressaltar que a presença de algum nódulo na mama não necessariamente se trata de um câncer maligno, sendo necessário realizar alguns exames especiais e, em caso de confirmação da existência de um tumor maligno, é importante consultar com um médico veterinário oncologista para avaliar a necessidade de um tratamento adjuvante, como a quimioterapia.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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