O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) divulgou recentemente o ranking de depósitos de propriedade industrial feito por residentes e não residentes no Brasil no ano de 2023.
Os depósitos de patente de invenção, em especial, são medidas clássicas de inovação. As regiões mais dinâmicas do país tendem a apresentar o melhor desempenho no número de depósitos. Essas regiões concentram as universidades, os institutos de pesquisa, as empresas, as incubadoras, enfim, uma rede de formação e transferência de conhecimento que estão na base do processo inovativo.
No ano passado, foram depositadas 25.367 patentes de invenção no Brasil. Destas, 20.396 foram depositadas por não residentes e 4.971 por residentes. Entre os depósitos feitos por residentes no país, a maior depositante de patentes foi a Petrobras, o que evidencia a relevância da empresa para o processo de inovação no Brasil.
Seguindo a tendência dos anos anteriores, as universidades públicas lideraram os depósitos de patentes entre os residentes no país. Entre os 50 maiores depositantes, 33 são universidades e institutos de pesquisa públicos, deixando clara a força das atividades de pesquisa com possibilidade de serem aplicadas à solução de problemas que são realizadas todos os dias nas universidades e institutos públicos do Brasil, com destaque para as universidades federais.
Por outro lado, a baixa participação das empresas brasileiras no ranking dos maiores depositantes de patentes mostra a persistente fragilidade do setor produtivo em investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D).
Empresas que investem em P&D geralmente são depositantes de patentes e criam novos produtos e serviços para o mundo e para o país. As empresas que se destacaram entre os maiores depositantes de patentes são de grande porte, como a Petrobras (1º), a FCA FIAT CHRYSLER Automóveis Brasil Ltda (3º) e a CNH Industrial do Brasil (6º).
O Relatório do INPI traz também a força das universidades públicas do Nordeste no ranking das maiores depositantes de patentes. No top 50, praticamente as universidades federais de todos os estados daquela região se fazem presente, e o grande destaque é para a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba.
Em 2023, a UFCG fez 101 registros de patentes de invenção, configurando como a segunda maior instituição depositante de patente no Brasil, posto tradicionalmente ocupado por instituições do centro sul do país. Entre todas as universidades brasileiras, a UFCG foi a maior depositante de patente no ano passado.
O Relatório do INPI mostra que, em 2023, considerando os depósitos de patentes, quem está contribuindo para alavancar este indicador, que é um clássico em qualquer medida de inovação, são prioritariamente as universidades públicas e o olhar dos estudiosos da geografia da inovação terá que ser um pouco mais direcionado ao Nordeste do Brasil.
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