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É especialista em gestão de organizações

Paternidade: como as empresas devem acolher um funcionário que vai ser pai

Fortalecer os laços com os colaboradores para além da relação profissional é uma postura que, além de promover o bem-estar no ambiente de trabalho, gera inúmeras outras vantagens

  • Jean Paul Villacís É especialista em gestão de organizações
Publicado em 14/08/2022 às 10h00

Quando uma mulher descobre que está grávida, é normal que anuncie a gestação no trabalho, afinal, ela sabe que é só uma questão de tempo para que as mudanças no corpo evidenciem a condição. No caso dos homens, nem sempre é assim. Alguns, por não se sentirem à vontade para falar a respeito na empresa, preferem até omitir que serão pais até o dia em que o bebê nasce e eles comunicam que vão usufruir da licença-paternidade.

O problema é que, até que esse dia chegue, muitas mudanças, de diversas ordens, acontecem com eles. E, principalmente quando não existe entre empresas e funcionários uma relação de empatia e proximidade, nada se faz para acolher o colaborador e para reduzir os impactos dessas mudanças na rotina de trabalho.

Estudos mostram que, a partir do momento em que o homem toma consciência de que será pai, seja por meios biológicos, seja através da adoção, novas conexões de neurônios se estabelecem no cérebro. Podemos concluir, então, que a paternidade também é marcada por transformações fisiológicas. Os maiores impactos, entretanto, são provavelmente os de ordem emocional. A jornada da paternidade pode ser marcada também por emoções como preocupação, medo, ansiedade e estresse.

Mas o que as empresas têm a ver com isso? Fortalecer os laços com os colaboradores para além da relação profissional é uma postura que, além de promover o bem-estar no ambiente de trabalho, gera inúmeras outras vantagens. Quando a empresa demonstra empatia, mostra que entende o momento pelo qual o colaborador está passando e, mais do que isso, vive com ele essa jornada, ela gera no colaborador um sentimento de gratidão e reciprocidade que resulta em mais engajamento, melhor desempenho e resultados positivos.

Você pode estar lendo isso e pensando que se trata de um mundo ideal, porém irreal e inalcançável. Eu digo, entretanto, que estamos, mesmo que a passos lentos, caminhando nesse sentido. E vou além: as empresas que ignorarem a necessidade de adotar esse tipo de postura vão ficar para trás, pois vão acumular prejuízos e perder talentos, serão malvistas no mercado e rejeitadas pelos consumidores.

Ao contrário, empresas que entenderem essa necessidade, implementando programas de bem-estar emocional e cultivando uma cultura de cuidado e acolhimento para com seus colaboradores, na jornada de paternidade e em tantas outras vivenciadas por eles, vão se posicionar como organizações socialmente sustentáveis, figurarão entre as melhores empresas para se trabalhar, ganharão a simpatia dos consumidores e, consequentemente, obterão melhores resultados.

A humanização nas empresas é uma mudança de mentalidade e de cultura urgente. É um caminho sem volta que, hoje, leva a um lugar de destaque no mundo organizacional e que, em um futuro não muito distante, será o único caminho aceitável. Já é hora de se movimentar nesse sentido!

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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