Quem tem, como eu, a sustentabilidade como uma das bandeiras de luta, deve estar bastante esperançoso com os rumos das políticas ambientais. O tema ganha cada vez mais espaço nas agendas dos gestores brasileiros.
A 27ª edição da Conferência do Clima (COP 27), que aconteceu no fim do ano em Sharm El-Sheikh, Egito, é um exemplo de que o Brasil está interessado em assumir o protagonismo nas questões ambientais. Veja: tivemos a segunda maior delegação no evento, incluindo a presença de Luiz Inácio Lula da Silva, que na conferência participou como presidente eleito. Lula declarou que pretende reconstruir a imagem do país nesta área, buscando comprometimento com as metas de sustentabilidade.
“O planeta a todo momento nos alerta de que precisamos uns dos outros para sobreviver. Que sozinhos estamos vulneráveis à tragédia climática”, disse Lula, ressaltando que é preciso reverter a escalada do aquecimento e tirar do papel os acordos já finalizados.
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Na conferência, foi aprovada uma resolução importante que visa a criação de um fundo chamado Perdas e Danos, que vai permitir que as nações ricas compensem os países pobres afetados por catástrofes climáticas.
Como boa capixaba, fico extremamente otimista ao ver que o Espírito Santo também teve grande destaque na conferência da ONU. O governador Renato Casagrande fez no evento o lançamento internacional do Consórcio Brasil Verde, uma iniciativa da coalizão governadores pelo Clima. Casagrande é presidente do consórcio, que conta com a participação de mais 11 estados brasileiros.
O político ressaltou que o Brasil pode voltar a ser um fornecedor de energia renovável para o mundo, fazendo com que sejamos fonte de riqueza e de proteção dos recursos naturais. O governador também pretende regulamentar e consolidar o mercado de carbono, tornando o Espírito Santo referência.
Conversei com o ex-secretário de Estado de Meio Ambiente capixaba, atual coordenador do Consórcio Brasil Verde, Fabrício Machado, e ele explicou que o compromisso assumido é ambicioso e visa promover a transição para economia de baixo carbono, ou seja, que incentive o uso de energias renováveis, solar, eólica, biomassa, entre outras, tanto nos processos produtivos, como no transporte de cargas e pessoas.
Nenhum esforço será efetivo, no entanto, se não houver o envolvimento da população, dos movimentos sociais e organizações não governamentais. Eu cito como exemplo uma entidade que tem projetos bem interessantes. A Ong “Caminhadas e Trilhas - Preserve” criou mais de 20 medidas de sustentabilidade. Entre elas, a preservação de uma área de mais de 14 hectares de Mata Atlântica. A ONG atua, ainda, em áreas urbanas promovendo ações para o plantio de árvores. O trabalho é tão interessante que acabou ganhando muitos voluntários para colaborar nos projetos.
O caminho para vivermos em um planeta saudável também passa pelas salas de aula. É necessário e urgente envolver as crianças nas conversas sobre meio ambiente e sustentabilidade. Afinal, elas serão os futuros gestores do país.
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