Um pouco antes das eleições de 2018, já se desenhava com mais intensidade no Brasil um cenário de polarização política entre “esquerda” e “direita”. A população que não suportava mais os cerca de 14 anos de governo do PT foi às ruas pedindo o impeachment de Dilma Rousseff.
Costumo dizer que o processo de impeachment é muito mais político do que jurídico e, talvez por isso, o atual presidente ainda esteja no poder. Sem defender quaisquer um dos lados, o que precisamos analisar no momento são os riscos de uma nova eleição polarizada.
Em um de seus discursos, o ex-presidente Lula afirma que “prefere uma eleição polarizada do que uma eleição apática”. Já parou para pensar o real motivo dessa afirmação?
A antiga rixa entre direita e esquerda fomenta discursos odiosos e polarizados, trazendo destaque para os extremos. Todos os holofotes sempre recaem sobre os discursos do atual presidente Jair Bolsonaro e, de outro lado, nas falas do futuro candidato à presidência em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva. É uma verdadeira relação de simbiose. Sem terem um ao outro, toda a razão de existirem se perde.
Essa espécie de devoção dos eleitores de Lula e Bolsonaro me remete aos tempos da faculdade, onde estudei sobre a dominação carismática. Em breve síntese, esse tipo de dominação é uma afeição à pessoa e não ao cargo que ela ocupa, é realmente uma espécie de dominação cega, intensa e, até diria, passional.
Com a proximidade das eleições, devemos ter cautela ao analisarmos os possíveis candidatos, retirando os holofotes dos dois polos e observando outros possíveis candidatos. O atual estado no nosso país em todos os campos importantes, como saúde, economia, educação e segurança, está em ruínas. Dividir ainda mais a nossa população, de longe, não é a solução do problema.
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Sem uma eleição polarizada, com a população brasileira aberta a outras opções, nem Bolsonaro e nem Lula tem chances de se eleger e talvez o Brasil encontre uma luz no fim do túnel.
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