É alarmante constatar que quase metade dos adultos brasileiros não atinge os níveis de atividade física recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo dados do Ministério da Saúde. Esse padrão sedentário está diretamente relacionado ao aumento do risco de desenvolver câncer e diversas outras doenças, como diabetes, obesidade e hipertensão.
Pesquisas dos cadernos de saúde pública revelam também que a maioria esmagadora das pessoas diagnosticadas com câncer no Brasil são sedentárias. Essa realidade é ainda mais preocupante quando observamos certos grupos demográficos, como mulheres entre 40 e 59 anos, e homens com mais de 60 anos, nos quais as taxas de câncer são mais elevadas.
Diante desse panorama, é urgente intensificar os esforços para promover a conscientização sobre a importância da atividade física na prevenção do câncer, assim como foi feito nas campanhas contra o tabagismo.
No Brasil, movimentos iniciados por profissionais da saúde e sociedades médicas nos anos 1970 resultaram em ações de grande impacto nas taxas de fumantes. Em 1986, no mesmo ano em que o Dia Nacional de Combate ao Fumo foi instituído, também foi criado o Programa Nacional de Combate ao Fumo, que ainda persiste e coordena as ações de conscientização e luta contra o tabagismo em todo o sistema público de saúde.
Sabemos que a pandemia trouxe questões latentes, mas também destacou a necessidade urgente de adoção de um estilo de vida que inclua a prática regular de exercícios físicos e a conscientização sobre saúde e bem-estar físico e mental. Apesar dos desafios socioeconômicos que muitos enfrentam, é importante ressaltar que fazer atividade física, ter alimentação saudável e equilibrada, e manter os exames em dia são as medidas mais eficazes para manter o corpo saudável.
Felizmente, diversas pesquisas científicas recentes confirmam os benefícios da atividade física na prevenção do câncer. Um estudo divulgado na Medicine & Science in Sports & Exercise destacou que uma caminhada rápida de 45 minutos por dia, totalizando cinco horas de exercícios moderados por semana, pode reduzir significativamente o risco de neoplasia maligna.
Além disso, pesquisadores do University Medical Center Utrecht, da Holanda, apresentaram recentemente, durante a 14ª Conferência Europeia sobre o Câncer da Mama, os resultados de um estudo que mostra que a participação em um programa de exercícios reduziu a dor e a fadiga e melhorou a qualidade de vida das pessoas com câncer de mama metastático.
Isso evidencia que os benefícios da atividade física vão além da estética. Que a prática da atividade seja uma prioridade na vida daqueles que ainda não se conscientizaram de que os benefícios vão muito além da busca pela boa forma e passam, principalmente, pela prevenção de doenças que podem, literalmente, custar a vida.
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