Autor(a) Convidado(a)
É especialista em gestão de mega eventos pela ESPM São Paulo

Quantos empreendimentos absorvem os benefícios de um evento de cultura ou lazer?

De um lado, pessoas se reunindo para viver experiências gastronômicas e culturais. Do outro, centenas de empreendedores - que certamente um dia sonharam muito com o próprio negócio - construindo um alicerce para sua realização

  • Wérliton Machado É especialista em gestão de mega eventos pela ESPM São Paulo
Publicado em 03/06/2024 às 15h19

Nos últimos anos, os setores do entretenimento, cultura e turismo emergiram como componentes essenciais da economia global, desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento dos países. Além de proporcionarem experiências memoráveis e enriquecedoras para população, possibilitando ainda o fortalecimento das conexões pessoais, esses setores desempenham um papel vital no impulsionamento da economia através do setor de serviços.

Não à toa, no mês de maio, o presidente Lula sancionou o projeto de lei que prorroga o Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), um benefício fiscal de R$ 15 bilhões que contempla 30 atividades até 2026.

O acesso à cultura e ao lazer é um direito do cidadão e dever do Estado, instituído por lei, aliás. Mas o segmento, por sua vez, não caminha sozinho: leva consigo outras importantes motrizes do crescimento econômico, forças capazes de ascender o Produto Interno Bruto (PIB) de um país. Falamos aqui de abrir caminho para que toda a cadeia do turismo se movimente: hotelaria, alimentação e transporte são os principais, mas não os únicos.

Não podemos limitar a realização de exposições, festivais, concertos e shows em geral a “só mais um evento”. É primordial expandirmos a consciência para, de uma vez por todas, enxergar além: cultura atrai investimentos, impulsiona o comércio e promove o desenvolvimento de infraestrutura.

E, como cultura, falo sobre a diversidade, sobre formatos que evidenciam diferentes formas de celebração do povo de cada localidade. São comunidades compartilhando suas tradições, histórias e patrimônio cultural com o mundo.

Um exemplo é o Carnaval de Salvador. Considerada a maior festa popular do planeta, só neste ano, movimentou mais de R$ 2 bilhões na economia soteropolitana, conforme noticiou a Saltur.

Quantos empreendimentos -  micro ou macro - absorvem os benefícios de um evento? Quantos trabalhadores, autônomos ou até de carteira assinada, mas que almejam produzir uma renda extra, colhem os resultados econômicos de uma movimentação cultural? Direta ou indiretamente, essa é uma teia que interliga a todos e faz a economia girar.

eventos e shows
Eventos e shows. Crédito: Pixabay/Rahul Pandit

Saindo do tradicional eixo da Grande Vitória, olhemos para o Norte do ES. Por lá, há diversos festivais programados para os próximos meses. De um lado, pessoas se reunindo para viver experiências gastronômicas e culturais. Do outro, centenas de empreendedores - que certamente um dia sonharam muito com o próprio negócio - construindo um alicerce para sua realização.

Não há outra forma de olhar tais setores, que não seja considerá-los protagonistas na pirâmide das políticas públicas. Não políticas públicas assistencialistas, mas políticas públicas estruturantes. Em tempos de ambiente digital feroz, que nos oferta informação em demasia e acaba por nos arrancar a capacidade de interação com a cultura palpável, os lugares transformadores e as experiências reais são um respiro social e econômico para as cidades.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

A Gazeta integra o

Saiba mais

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.