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É superintendente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae-ES)

R$ 80 milhões para pequenas empresas se capacitarem para o turismo no ES

Em 2024, o Sebrae/ES tomou uma decisão inédita ao estabelecer o turismo como atividade econômica prioritária em seu direcionamento estratégico para os próximos três anos

  • Pedro Rigo É superintendente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae-ES)
Publicado em 30/05/2024 às 14h00

Quando planeja suas férias, o Espírito Santo aparece na lista de destinos? É comum ouvir que o Estado capixaba é um paraíso escondido, até mesmo para seus moradores, e existem números que reforçam essa percepção de que ainda somos pouco visitados.

No início do ano, o Ministério do Turismo divulgou uma pesquisa sobre as tendências do setor para 2024, e o Espírito Santo ficou em 13º lugar no ranking dos estados mais visitados no verão, com apenas 4% das citações entre os entrevistados.

A pesquisa também revela as preferências dos turistas ao escolher um destino: 59% preferem sol e praia, enquanto 27% optam por natureza/ecoturismo. Saúde/bem-estar atrai 20%, turismo de aventura é escolhido por 16%, e o setor religioso/espiritual interessa a 14% dos viajantes. Não é exagero afirmar que o Espírito Santo atende todas as preferências citadas nessa pesquisa.

O Sebrae/ES mapeou, em um estudo inédito, nove vocações turísticas em território capixaba: agroturismo, ecoturismo, turismo de aventura, religioso, gastronômico, místico, de sol e praia, histórico-cultural e experiencial. Somos uma potência a ser descoberta pelos brasileiros e, em especial, pelos capixabas.

E, quando falamos em turismo, é preciso visualizar toda a cadeia econômica que é envolvida nesse segmento. Mais que paisagens, passamos pela cultura, pela gastronomia e pela vivência de experiências, que são só uma parte dessa construção de roteiros memoráveis e encantadores. Potencializar o turismo é fortalecer uma cadeia imensa de setores econômicos.

O estado já vem se movimentando nessa direção há algum tempo, mas chegou a hora de tornar o turismo uma prioridade. Com a reforma tributária caminhando para alterar os critérios na cobrança de impostos — favorecendo os estados com mais consumidores —, estamos mobilizados num esforço coletivo e estratégico que envolve o governo estadual, municípios, empreendedores e instituições privadas para transformar o turismo numa nova e importante matriz econômica para economia capixaba.

Em 2024, o Sebrae/ES tomou uma decisão inédita ao estabelecer o turismo como atividade econômica prioritária em seu direcionamento estratégico para os próximos três anos. A escolha visa impulsionar nosso propósito e, para isso, cerca de R$ 80 milhões estão sendo investidos em programas de capacitação para microempreendedores e pequenas empresas do setor.

Diversas iniciativas estão sendo planejadas para impulsionar o turismo nos próximos anos. Queremos aumentar o número de agências e operadoras de turismo que incluem o Espírito Santo em seus portfólios, ampliar o número de empreendimentos registrados no sistema de cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor de turismo (Cadastur), e, claro, estamos empenhados em preparar os empreendedores para acolher essas demandas, faturando mais e gerando empregos.

E as iniciativas já estão rendendo frutos. A região das Montanhas Capixabas por exemplo, abriga, desde o ano passado, o Polo Nacional Referência em Turismo de Experiencia. Entre outros objetivos, o polo se destina à produção e disseminação de estudos, conteúdos, soluções e serviços de interesse para os pequenos negócios com foco no turismo de experiência.

Montanhas Capixabas
Parque Estadual do Forno Grande. Crédito: Montanhas Capixabas

Trabalhando juntos, podemos elevar o turismo capixaba a um novo patamar. Mais do que uma exigência econômica, investir nesse setor responde a uma longa demanda da nossa sociedade. O turismo transforma territórios e realidades, impactando diretamente na autoestima de um povo que vê sua identidade valorizada e reconhecida. Investir no turismo é investir em nós mesmos.

Quem conhece o Espírito Santo se encanta com sua beleza natural, rica cultura e gastronomia. Por que manter esse potencial escondido por mais tempo? Vamos transformar o estado em um destino imperdível e iniciar um novo círculo virtuoso para nossa economia.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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