O mundo sempre foi competitivo. Cada vez mais é preciso procurar mercados e oferecer produtos de melhor qualidade a preços menores. O Brasil, pelo tamanho e importância econômica, precisa desempenhar relevante papel na direção da União Europeia (UE). A Europa reúne uma enorme quantidade de países desenvolvidos, de alta renda e de alto poder aquisitivo e seria um mercado fantástico para os sul-americanos – principalmente para os países que fazem parte do Mercosul.
Para que consigamos avançar nesse sentido, primeiro temos de nos alinhar, seguirmos na mesma direção. É preciso encontrar um ponto de interseção e de entendimento – claro, levando em consideração as diferenças aduaneiras. Se a Europa, que enfrentou várias guerras, inclusive duas mundiais, conseguiu se unir, por que nós não podemos nos entender?
Com o desafio gigantesco da pandemia, queremos nos apoiar, nos tornar mais fortes. É necessário estreitar laços, caminhar rumo à ratificação do acordo comercial com a UE. Precisamos reforçar, sempre, que o tratado de livre-comércio Mercosul-União Europeia vai proporcionar uma relação de ganha-ganha e não de perde-perde. Quaisquer que sejam as cotas atribuídas aos países, teremos acesso ao mercado consumidor mais rico do planeta.
Em 1º de julho deste ano, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) assumiu a Presidência Pro Tempore do Conselho de Câmaras de Comércio do Mercosul (CCCM). Desde então, tem trabalhado no sentido da união, com o objetivo de elevar os investimentos no desenvolvimento econômico e social da região. Entre as sugestões propostas está a de tornar o bloco um espaço mais integrado, com redução de travas e obstáculos, ampliação da relação com outros mercados e maior internacionalização.
Outro marco importante foi a assinatura recente, entre a CNC e a Associação das Câmaras de Comércio e Indústria Europeias (Eurochambres), de um documento conjunto em apoio à ratificação do acordo Mercosul-UE. O fortalecimento dos laços entre a América Latina e a Europa é extremamente relevante dentro do esforço conjunto para que o acordo externo, mais importante da história do livre-comércio regional, entre em vigor com a maior brevidade possível.
Um dos pontos que merecem atenção dentro do processo de efetivação do acordo Mercosul-UE está relacionado à Amazônia. Existe preocupação com a possibilidade de as áreas da nossa maior e mais importante floresta tropical darem lugar à produção agrícola, prejudicando o meio ambiente.
O agronegócio brasileiro vem procurando alternativas responsáveis para a convivência entre produção de alimentos e meio ambiente. Ou seja, para produzir alimentos, é preciso respeitar os limites do meio ambiente, em nome da sustentabilidade. Um exemplo é o Estado do Mato Grosso, que integra a Amazônia Legal e é atualmente um dos nossos maiores produtores de alimentos.
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que acontece na Escócia, traz um momento fundamental para o Brasil reafirmar seu compromisso com a sustentabilidade. Precisamos mostrar que o país não aceita a ilegalidade, apresentando números e metas. É importante deixar claro também que temos o legítimo direito de gerar riquezas em nosso território, sempre respeitando os princípios da sustentabilidade.
A Conferência de Comércio Internacional e Serviços do Mercosul (CI21), que tivemos o prazer de receber este mês pela segunda vez na sede da CNC, no Rio de Janeiro, se constitui em um excelente fórum para debatermos as perspectivas de futuro para os próximos 30 anos, no âmbito do acordo Mercosul-UE.
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O bloco econômico do Mercosul, desde o início das negociações há mais de 20 anos, vem ocupando o seu espaço de protagonismo. Juntos somos uma potência do agronegócio. O mundo que vislumbramos não é fechado, mas sim sem fronteiras e barreiras. Está nas mãos do nosso bloco econômico liderar o continente nessa missão de alavancar o desenvolvimento econômico para seus integrantes e demais países da América Latina.
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