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É secretário da Cultura do Espírito Santo e Presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura

Reforma dos Armazéns de Vitória materializa um sonho de décadas

Após a conclusão da reforma, estão previstos investimentos de mais de 100 milhões de reais nos armazéns, entre recursos públicos e privados

  • Fabrício Noronha É secretário da Cultura do Espírito Santo e Presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura
Publicado em 18/06/2024 às 19h26

Há quanto tempo a cidade aguarda por esse momento? Os armazéns estão na paisagem. Ao seu entorno a cidade se formou, se desenvolveu. Se conectou ao resto do mundo. Por aqui passaram boa parte do desenvolvimento no século 20 e iniciativas que foram ao longo dos anos transformando essa cidade.

O mercado mudou, as tecnologias, os modelos de embarcação, os produtos, e atrás do porto seguiu tendo uma cidade. Uma Vitória cheia de possibilidades de futuro e de sonhos. Um desses sonhos sem dúvida é ver um dia seus armazéns ocupados de gente, de música, de educação, de arte. De tão óbvio, pela potência da volumetria dos armazéns, pela sua localização arrebatadora, pela paisagem exuberante, pela força cultural do Centro, sempre esteve presente no debate público. Por décadas.

A recente notícia da conclusão da reforma dos armazéns por parte da VPorts e do projeto de requalificação dos Armazéns de Vitória, juntando a autoridade portuária com o governo do Estado, Vale e Findes começam a materializar esse sonho. Estão previstos investimentos de mais de 100 milhões de reais, entre recursos públicos e privados.

Os armazéns são patrimônio histórico e cultural do Espírito Santo, e estão em processo de tombamento pelo Conselho Estadual de Cultura.

Além da cessão do Armazém 5 ao Governo do Espírito Santo, a Secretaria da Cultura assinou acordo de cooperação com o Instituto Pedra, para construir o projeto arquitetônico e conceitual do armazém. Todo o processo contará com a participação da comunidade cultural e do distrito criativo do Centro.

O Instituto Pedra é uma referência no assunto hoje, no Brasil, com atuação em diversos Estados. Tendo uma expertise que respeita as características do bem cultural, além de preservá-las, busca aprofundar pesquisas históricas e fortalecer relações sociais com o entorno.

Lá será instalado uma grande arena de espetáculos com capacidade estimada para 600 pessoas, salas multiuso para oficinas, espaço para exposições, além de ativações em arte, design, artesanato e gastronomia.

Armazém do Porto de Vitória é restaurado
Armazéns do Porto de Vitória foram reformados. Crédito: Secult/Divulgação

Como premissa, a Secult-ES quer que o Armazém 5 reflita a multiplicidade cultural do Estado, que tenha condições de atender e receber o nosso calendário cultural e também produzir e promover suas próprias ações. Todo o projeto contará com a parceria fundamental do governo federal, através do Ministério da Cultura.

O Armazém 4 será a nova sede do Museu Vale, com o museu, acervo e um potente calendário de exposições e atividades formativas. Dois espaços culturais que se fortalecem e se complementam.

Para somar a este projeto coletivo, a Findes e o Senai firmaram parceria para ocupar o Armazém 3 com um grande centro de capacitação que receberá diariamente 1.800 alunos. Trazendo a premissa da educação, da tecnologia e da inovação para o projeto.

Existem projetos que hoje nos servem de referência, pois já impactaram positivamente os seus territórios. Um deles é a Estação das Docas, em Belém do Pará: o local se tornou um dos cartões postais mais visitados, recebendo em média um milhão e meio de pessoas ao ano. A reforma abriu espaço para usos diversos, com ambientes de coworking, anfiteatro, restaurantes, espaço de exposições e teatro, além de um polo gastronômico, cultural e comercial.

Um projeto do tamanho do sonho, do tamanho da potência do lugar. Do tamanho do nosso desejo de fortalecer o Centro de Vitória, este distrito criativo tão pulsante que precisa, mais do que nunca, da atenção da iniciativa privada e dos setores públicos.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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