Nos últimos meses, a população brasileira tem sentido na pele, na vida e no bolso os impactos negativos provocados pelo novo coronavírus. Além dos números crescentes de pessoas infectadas e de vítimas fatais da doença, a Covid-19 também foi nociva para a saúde da economia brasileira, sendo um fator crucial para levá-la à recessão vivenciada atualmente.
O país, que já vinha enfrentando tempos difíceis, se viu diante de um contexto que demandou a aplicação de mais recursos destinados, agora ao necessário enfrentamento da pandemia. Como consequência, o último ano foi encerrado com a dívida pública em R$ 5,01 trilhões, representando um aumento de 17,9% em relação a 2019.
Um levantamento realizado pela agência Austin Rating em 2020 mostrou que, após uma queda de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil deixou a lista das 10 maiores economias do mundo, caindo para a 12ª posição. A falta de investidores, o fechamento de empresas, o aumento na taxa de desemprego e a redução do poder de compra, entre outros indicadores, deixam claro que a saúde econômica do país inspira cuidados.
O remédio para solucionar essa situação não é fácil, é amargo, porém existe. Com as discussões no Congresso Nacional, as reformas estruturantes propõem atacar os problemas em sua essência, caracterizando-se como a melhor opção para superar esse momento, garantir o equilíbrio das contas públicas, impulsionar o desenvolvimento do país e fazer com que a economia brasileira retome a sua trajetória rumo ao crescimento.
Esses são benefícios que impactariam positivamente não apenas atores empresariais ou organizações multinacionais, como muitos pensam, mas toda a sociedade, principalmente os mais humildes. Em nosso país, milhares de micro e pequenos empreendedores, rurais e urbanos, que precisam lutar diariamente para manter os seus negócios ativos poderão contar com um ambiente mais propício, onde a inovação colabora com os seus resultados.
Já os modelos de negócios pautados em valores humanos, como o cooperativismo, também poderão colher bons frutos nas suas diversas áreas de atuação a partir da adoção de medidas planejadas que vão permitir a entrada em novos mercados, incentivando a competitividade e o aumento da produtividade. Nesse sentido, o desenvolvimento econômico se alia diretamente ao desenvolvimento social, com foco nas pessoas.
De forma prática, a aprovação de pautas que atuem na estrutura e essência dos problemas não apenas reduziria custos, como também impulsionaria os negócios, atrairia mais investimentos e geraria mais trabalho, renda, empregos e salários para a população. E naturalmente mais arrecadação para o governo através do recolhimento de tributos.
Não podemos negar que o país tem avançado, em partes, nessas discussões. Isso é fato. Porém, de forma ainda muito tímida. Prova disso foi a aprovação da Reforma Trabalhista e do Marco Legal das Startups. Mas é preciso reforçar a necessidade premente e urgente de não haver cochilos. O que o Brasil precisa agora é aumentar o empenho e o foco para tirar do papel e transformar em realidade as reformas tributária, administrativa e, inclusive, da legislação penal, além de marcos para setores específicos, incrementar de forma concreta as privatizações e concessões e realizar programas de incentivo.
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Para muitos, a adoção das reformas pode parecer um remédio amargo, mas sabemos que essa é a dose que precisamos tomar para melhorar a saúde da nossa economia e fazê-la ter um novo fôlego. Poder Executivo e o Congresso Nacional tem o dever de agilizar o debate e as deliberações, com coragem, ousadia e responsabilidade cívica.
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