Em dois anos de pandemia, o transporte coletivo de passageiros segue como um dos setores mais afetados. Além da óbvia redução do número de viagens e passageiros, a alta do diesel, principal insumo para a operação das viagens, vem alarmando o setor. Outro problema, além dos já citados, é a desinformação em assuntos referentes à segurança dos passageiros e colaboradores em relação ao contágio pela Covid-19.
A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) é uma das entidades que, constantemente, realiza levantamentos e estudos para entender as dificuldades e os acertos do transporte público dentro desse novo contexto. Em um primeiro levantamento, ainda em 2020, a NTU mostrou a principal medida de proteção adotada pelas empresas brasileiras foi a higienização dos veículos - 45% da amostra. Outras medidas foram a limitação de passageiros, adotada por 30%, o uso obrigatório de máscaras, determinado por 30% das companhias e a circulação exclusiva dos coletivos com as janelas abertas, seguida por 24%.
Além disso, a bilhetagem eletrônica também tem sido uma aliada na redução do contágio da Covid-19. A medida, adotada exclusivamente na região metropolitana do Espírito Santo desde 2020, segue as tendências apontadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que constatou que o dinheiro é uma via de contágio do novo coronavírus, já que ele pode permanecer ativo nas cédulas num período de três a cinco dias. Isso porque um indivíduo contaminado que manuseia o dinheiro pode contaminar o receptor da cédula. Assim, os cobradores correriam altos riscos de infecção caso a proibição do pagamento de passagens em dinheiro não fosse decretada.
Um outro estudo feito pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) e pela Universidade de Oxford (Inglaterra) aponta que, mesmo com alta ocupação, o risco de contágio é baixo no transporte coletivo, pelas características do serviço. Entre os fatores para o baixo risco estão o período de curta permanência, a ventilação dentro dos veículos, o uso obrigatório de máscaras, a pouca interação entre os ocupantes e, é claro, os protocolos de segurança. Aspectos que diferenciam o transporte das festas e encontros sociais, que ocorrem com menos rigor e mais informalidade.
Já um levantamento, desenvolvido pela Marcopolo e pela Universidade de Caxias do Sul, constatou que o volume de ar por pessoa dentro de um ônibus chega a ser 63% superior do que o exigido pela ABNT para renovação de ar em estabelecimentos comerciais como shopping centers, bancos, supermercados, academias e aeroportos, entre outros.
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O que quero dizer é que, ao longo do novo normal, as empresas de transporte de passageiros vêm se desdobrando e se reinventando para proporcionar um transporte seguro e responsável. O tráfego de passageiros no transporte coletivo urbano, além de essencial para a população, não traz riscos significativos para os usuários do sistema ou colaboradores.
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