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Se eleitos continuarem com "mesmismos" de sempre, serão sepultados

Novos gestores eleitos têm dois desafios imediatos, um no plano político e outro no plano da saúde, mas também terão que lidar com aumento da demanda por serviços públicos e agendas nacionais

  • Vaner Corrêa
Publicado em 22/11/2020 às 04h00
Comércio da avenida Expedito Gárcia, em Campo Grande, Cariacica
Pandemia do novo coronavírus intensificou desafios de gestores. Crédito: Ricardo Medeiros

As eleições 2020 foram realizadas num ano bastante atípico, ou seja, um exercício que foi tomado pelas preocupações com a Covid-19. Essa atipicidade é potencializada por outro fato: o primeiro pleito “pós-processo de polarização ideológica”, que culminou com a eleição do atual presidente da República e a natural ascendência da direita política ao poder.

Portanto, há dois imediatos desafios para os novos governantes: um no plano político e outro no plano da saúde. No político, será necessário que os atuais gestores comecem a desconstruir essa polarização ideológica que pode ser elemento destruidor de governabilidade. No plano das urgências, o que deve acontecer já no primeiro trimestre do ano que vem é que cada secretaria de Saúde municipal terá que se equipar ou criar logística eficiente para vacinar toda a população contra a Covid-19, dentro da escala traçada pela OMS.

Resolvidas essas duas situações, é óbvio que emergirão velhos problemas municipais ainda não solucionados. Uma adversidade que assolará os novos gestores será a qualidade da entrega dos serviços públicos à população. Se os gestores continuarem com os “mesmismos” de sempre, com certeza, não vão se reeleger nos próximos pleitos, serão sepultados sem dó pela população.

Outro tema que estará na pauta do dia, obviamente, será a relação entre o município e o Estado, sobremodo, pela pauperização imposta pela pandemia à municipalidade. Os gestores deverão ainda, para o próximo ano, conter gastos e estimular as suas economias para que a receita pública aumente, sem a qual não existirá qualquer planejamento que dê jeito.

E há, ainda, grandes temas que serão de enfrentamento a nível nacional, como os problemas de infraestruturas ligados aos temas esgoto e água tratada; os imbróglios relacionados ao trânsito nas grandes regiões metropolitanas, como em VitóriaVila VelhaCariacicaSerra Guarapari; e o gravíssimo problema trazido pela pandemia que foi o decrescimento econômico com a consequente perda de emprego e renda. Estes últimos três têm uma convergência macroeconômica, pois são problemas também de enfrentamentos nacionais.

O autor é membro do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo ( Corecon-ES)

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