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É o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hoteis do Espírito Santo (ABIH-ES)

Sem plano de marketing, turismo capixaba não vai decolar

Com uma campanha de marketing eficaz, o Estado se tornaria mais visível, mais atraente, e assim, naturalmente, veríamos um aumento na procura por viagens aéreas para o Espírito Santo

  • Fernando Otávio Campos É o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hoteis do Espírito Santo (ABIH-ES)
Publicado em 23/10/2024 às 14h55

A recente aprovação da redução do ICMS sobre o querosene de aviação é um passo importante para o Espírito Santo. É uma medida que pode aliviar os custos operacionais das companhias aéreas, ajudando a preservar a conectividade do nosso Estado especialmente em um momento em que a manutenção de voos no ES tem enfrentado desafios.

Se o Estado quiser se destacar nacionalmente, não pode depender apenas dessa iniciativa. Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia já implementaram reduções similares, o que torna a concorrência acirrada.

Não adianta reduzir os custos se não houver um esforço para estimular a demanda por voos. Medidas como essa devem ser complementadas por ações concretas para promover o turismo no ES, o que incluiria um aumento significativo na sua atratividade, tanto para turistas nacionais quanto internacionais.

Ônibus de turismo batizado de
Turismo capixaba. Crédito: Diego Alves/Prefeitura de Vitória

Infelizmente, as propostas do setor de turismo não têm avançado com a mesma rapidez que gostaríamos. Já estamos há meses discutindo a contratação de um plano de marketing para o ES, que até agora não saiu do papel. Esse plano é crucial para promover o turismo, mas também para aumentar a demanda por voos. Com uma campanha de marketing eficaz, o Estado se tornaria mais visível, mais atraente, e assim, naturalmente, veríamos um aumento na procura por viagens aéreas.

O plano de marketing pode, através de impulsionar a demanda turística, evitar qualquer impacto negativo na arrecadação com a medida, mesmo com a redução das alíquotas. Isso porque, ao gerar mais visitantes, conseguimos aumentar a demanda por voos e compensar a renúncia fiscal da medida. E, mais que isso, a arrecadação se ampliaria também em outros setores, como hotelaria, gastronomia, e comércio, que se beneficiam diretamente de um maior fluxo turístico.

Vale lembrar que a renúncia fiscal decorrente da redução do ICMS só se concretiza se não houver aumento na demanda por voos. Ou seja, para que o benefício tenha impacto positivo, é preciso que a quantidade de turistas e a movimentação de voos cresçam, gerando mais receita.

As engrenagens do setor público muitas vezes se movem lentamente, mas essa demora tem um custo. Quanto mais tempo demoramos para tirar do papel iniciativas fundamentais como o Plano de Marketing, mais oportunidades perdemos de transformar essa redução de ICMS em um verdadeiro impulsionador de crescimento para o nosso estado.

Estamos otimistas, mas reforçamos a necessidade de um compromisso real com o desenvolvimento do turismo capixaba. O setor hoteleiro e turístico tem feito sua parte, oferecendo serviços de qualidade e investindo continuamente em melhorias. Agora, precisamos que as ações governamentais caminhem lado a lado com essas iniciativas, com celeridade e foco.

Reduzir custos é importante, mas sem aumentar a demanda essa será uma oportunidade desperdiçada. O marketing do nosso Estado deve ser uma prioridade, e o turismo precisa receber a atenção que merece. Somente assim conseguiremos transformar essa vitória parcial em um verdadeiro salto de desenvolvimento para o Espírito Santo.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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