A tabela do Imposto de Renda não é revisada desde 2015. Apesar de prometer, o governo federal não atualizou a tabela do Imposto de Renda desta ano e a defasagem em relação à inflação já está em 113,09%. Isso significa que nós, os contribuintes, pagamos mais devido aos tributos indiretos incluídos nas mais diversas despesas. É um aumento de imposto. Não há outra maneira de descrever a situação.
Também há a questão da inflação acumulada, que se arrasta ano após anos. Somente em 2020, a inflação oficial foi de 4,52%. Enquanto não houver revisão da tabela do IR, a defasagem aumenta sem parar. Em que ponto chegará?
Sem revisão adequada, cerca de 10 milhões de pessoas que deveriam estar isentas do Imposto de Renda estão obrigadas a fazer declarações anuais. São esperadas 32 milhões de declarações. A isenção vale apenas para quem ganha até R$ 1.903,98 por mês, sendo que o certo seria para os que ganham até R$ 4.022,89.
Veja bem. Há casos de pessoas que terão de devolver o valor do auxílio emergencial. O quão absurdo é isso? Sem falar que o teto salarial de muitas profissões essenciais, como auxiliares e técnicos de enfermagem, está na casa dos R$ 3 mil. É um absurdo retirar parte da renda de pessoas que deveriam estar isentas do IR – ainda mais de profissões tão importantes. A atualização da tabela é mais que necessária.
Chega de promessas não cumpridas. A cada ano as despesas aumentam mais. Vamos esperar chegar aos 200% de defasagem para fazer alguma coisa?
* Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta
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