O segundo semestre começou com o avanço das vacinações contra a Covid e a redução da lotação nas UTIs, que possibilitou a flexibilização das medidas restritivas, permitindo ao setor de alimentação fora do lar respirar e tomar fôlego para uma retomada.
Com o avanço da vacinação, percebe-se a retomada gradual dos empregos e a volta do público: de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram criados mais de 280 mil postos de trabalho em maio no Brasil – foi o quinto mês seguido de alta. Apesar da volta dos auxílios emergenciais do governo também ter refletido positivamente nos caixas de bares e restaurantes, a conta da pandemia ainda não fechou.
O setor foi o que mais sofreu com as restrições administrativas de governos locais, o que causou um encolhimento de, pelo menos, 40%. Nesse contexto, foi proposta a ação de reparação financeira, organizada nacionalmente pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Sem dúvidas uma ação paradigmática a ser enfrentada pelo Judiciário brasileiro, que tem agora a oportunidade de cumprir seu múnus, que é fazer justiça!
A importância da ação transpassa as portas do Judiciário e visa a escancarar para a população o completo desequilíbrio das medidas restritivas e, principalmente, que não faz qualquer sentido simplesmente “deixar pra lá” tanto sofrimento percebido por todos que dependem deste setor para seu sustento, desde empresários até garçons, músicos, entre outros. É a conclamação do senso de justiça que deve permear qualquer sociedade que pretenda evoluir.
A ação, então, não se resume a um direito do empresariado do setor, mas sim uma busca pela responsabilização daqueles que, legitimamente, diga-se em nome da sociedade, entenderam que deveriam ser aplicadas as medidas de restrição para conter o avanço da pandemia. E o fizeram com grandes restrições, apesar de todas as evidências e pesquisas indicando que o funcionamento dos estabelecimentos não contribuía para o avanço da pandemia.
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Dessa forma, o momento agora é, sim, de reconstrução, mas não podemos nos esquecer do que passou. A hora é de usar todas essas lições para que essa reconstrução seja feita em pilares sociais mais rígidos, que devem necessariamente buscar o senso de justiça como um de seus princípios mais valiosos.
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