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É ginecologista e obstetra, especialista em Uroginecologia, Cirurgia Vaginal e Estética Íntima

Ser mãe não é abrir mão da nossa própria identidade como mulher

Precisamos celebrar a felicidade que é poder exercer a maternidade, mas sem deixar cair no esquecimento a importância de cuidarmos de nós mesmas

  • Manoela Guimarães É ginecologista e obstetra, especialista em Uroginecologia, Cirurgia Vaginal e Estética Íntima
Publicado em 14/05/2023 às 09h00

O número de brasileiras que sofrem com a baixa autoestima chega a 20%, segundo a pesquisa What Women Want, realizada pela Kantar, empresa de dados, insights e consultoria, em 2019. Enquanto apenas 10% dos homens declararam sentir o mesmo. Pensando nisso, neste Dia das Mães, eu me sinto no dever, como mãe, mulher e profissional da saúde feminina, de colocar esse assunto em pauta.

Ser mãe é um papel desafiador e transformador, é ser mulher em sua essência mais profunda. A maternidade traz consigo uma série de emoções intensas, desde alegria e amor incondicional, até preocupações e medos nunca antes vividos. No entanto, é importante, e muito necessário, lembrar que ser mãe não significa abrir mão da nossa própria identidade como mulher.

A maternidade é um dos momentos mais transformadores que a vida pode nos oferecer, e longe de mim romantizar essa fase, até porque ela também pode ser uma das tarefas mais difíceis e desafiadoras de nossa vivência. Os desafios começam desde o puerpério, afinal, ser mãe é ter que passar por uma jornada repleta de altos e baixos, na qual é possível experimentar todos os tipos de emoções e sentimentos, e também sensações até então desconhecidas.

Como profissional que lida com mães em grande parte do meu dia, já escutei diversas vezes a seguinte frase: “Eu morreria pelos meus filhos”. Mas o questionamento que trago é:  você está disposta a viver por eles? Não no sentido de se anular, muito pelo contrário. O autocuidado é viver pelos filhos.

É fundamental que nós, mães, não esqueçamos que, para além da maternidade, também somos mulheres, com necessidades e desejos próprios. Entender que ao cuidar de nossa saúde física e emocional podemos garantir o bem-estar de toda a família é de extrema importância para todo o “funcionamento do lar”. E isso não deve ser visto como um peso a ser carregado, mas como um objetivo em comum de todos: respeitar nossa individualidade.

Nesse sentido, é importante incentivar a busca pelo equilíbrio entre a maternidade e o autocuidado. Precisamos nos sentir motivadas para isso. Ou seja, devemos dedicar tempo para cuidar da nossa própria saúde, tanto física quanto mental e emocional, cultivando dia após dia nossa autoestima e amor próprio.

As banheiras são ideais para curtir momentos relaxantes e de autocuidado
As banheiras são ideais para curtir momentos relaxantes e de autocuidado. Crédito: Raysa Silveira

Por essa razão, neste Dia das Mães, é fundamental lembrar que ser mãe é ser mulher, e que valorizar todas as facetas que podemos ter, viver e experimentar é essencial para uma vida saudável e feliz. Precisamos celebrar a felicidade que é poder exercer a maternidade, mas sem deixar cair no esquecimento a importância de cuidarmos de nós mesmas, buscando, sempre que possível, um equilíbrio entre as responsabilidades envolvidas em ser mãe e as nossas necessidades como mulheres.

Caminhar nesse trajeto não é fácil, requer um olhar apurado para notar quando estamos silenciando nossos gostos e nosso eu em prol dos filhos. Exige coragem para não se importar com os comentários alheios, mas confie que valerá a pena. Viver à procura da nossa felicidade enquanto mulheres refletirá em mães felizes e equilibradas.

Por fim, é imprescindível reconhecer que a maternidade não é um trabalho fácil, ele é árduo e desafiador, por outro lado é uma das experiências mais gratificantes e significativas da vida. Viver profundamente nossas versões, como mães e como mulheres, é não abrir mão da nossa essência, é poder desfrutar plenamente cada etapa desse universo de descobertas trazidas pela maternidade, mas sem perder de vista nossa identidade, nosso autocuidado e amor-próprio.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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