Há exatos quatro anos, representantes do mercado imobiliário de todo o país participaram de um importante evento do setor (Convenção Secovi), em São Paulo. Uma das principais previsões levantadas no encontro foi apurada a partir uma enquete: 91,77% dos seus participantes acreditavam que o segmento iria se modificar de maneira disruptiva num prazo de até cinco anos.
Todos acreditavam, mas certamente ninguém imaginava que as transformações seriam tantas, tão expressivas e em tão pouco tempo.
Próximos de encerrar este ano totalmente atípico, vimos praticamente todos os setores produtivos se reinventarem na busca por caminhos para sobreviverem aos desafios impostos pela pandemia e se manterem no mercado pós-Covid 19.
O segmento imobiliário, especificamente, que sempre foi considerado um termômetro para a economia, tornou-se também uma vitrine dos hábitos e desejos do consumidor deste “novo normal”. A partir das demandas que têm identificado, as empresas estão desenhando um perfil de como será o cliente do futuro e suas principais expectativas em termos de moradia.
Se antes, por exemplo, havia crescente procura por empreendimentos em forma de condomínios, com grandes clubes e espaços de convivência, estes perderam força por conta das restrições do isolamento social. Com as áreas comuns coletivas fechadas, não adianta ter um clube em casa sem poder usar.
Quem busca um imóvel hoje quer espaço, o seu próprio espaço e preferencialmente maior. Poder criar o filho em ambiente aberto, ter uma horta, um pomar ou uma piscina, numa propensão que aponta para um mercado forte e em franco crescimento: o de casas e terrenos.
A interiorização é outra tendência marcante identificada pelo setor. Com a digitalização do trabalho, muitas pessoas têm voltado às suas origens, buscado imóveis em sua cidade natal ou onde foram criadas. Querem estar longe da rotina dos grandes centros, pois sabem que podem continuar prestando seu trabalho com eficiência, de forma digital, mas com mais qualidade de vida. Para atender a essa expectativa, estão surgindo, inclusive, chácaras urbanas, lotes com metragens bem maiores que os tradicionais e com facilidades como acesso a rodovias e a tranquilidade do interior.
Morar bem passou a ser prioridade. Ao olharem suas próprias casas de outra forma, as pessoas passaram a querer mais contato com a natureza, com o clima do interior, com a tranquilidade, mas sem perder a praticidade da vida moderna.
A enquete de 2016 não poderia estar mais certa. Inventivo e criativo como sempre, o setor imobiliário se movimenta e se transforma mais uma vez. Agora para atender – e bem – a esse novo e exigente público.
O autor é diretor Executivo da CBL Lotes
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