No Brasil, 90% das empresas têm perfil familiar, representando cerca de 65% do Produto Interno Bruto (PIB) e empregando 75% dos trabalhadores. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, embora o país tenha tantas empresas familiares, estudos mostram que a sucessão ainda é pouco discutida.
O que se observa é que, muitas vezes, as empresas focam mais a produção e o produto e se esquecem que a relação da equipe afeta diretamente no desempenho dos outros dois aspectos. Além disso, como o processo de sucessão é lento, pois exige que o novo gestor mostre, gradualmente, sua capacidade para assumir o desafio, ele nem sempre é encarado com o planejamento e a profundidade que merece.
Apesar de nenhum desafio ser tão grande quanto pensar e executar o processo sucessório, garantindo que esses negócios familiares se mantenham vivos e competitivos por muitos anos, levantamento da PwC, de 2018, aponta que 44% das empresas com perfil familiar não tinham um plano de sucessão e 72,4% não apresentavam uma sucessão definida para cargos-chave.
Especialistas orientam que um dos caminhos para planejar a sucessão no negócio familiar pode ser a Constelação Sistêmica Organizacional (CSO), uma metodologia de consultoria para empresas e organizações, derivada do trabalho original do filósofo alemão Bert Hellinger.
Ela contribui, entre outas coisas, para a melhoria das relações interpessoais dentro das empresas. A técnica também auxilia os administradores a mapearem os pontos de dificuldades na gestão do processo de produção e na qualidade do produto ou serviço final.
Outro ponto fundamental para quem vai assumir o negócio é conhecer cada setor e vivenciar o dia a dia da equipe. Entender como a empresa funciona antes de introduzir qualquer mudança. Além disso, fazer com que cada um da equipe se sinta pertencente ao negócio ajuda a transição a ser mais orgânica.
É sabido que, entre as vantagens de uma empresa familiar, estão o comprometimento, a transmissão do conhecimento e a confiabilidade. Então, toda essa passagem de liderança deve ocorrer de forma transparente e amigável.
Caso contrário, veja o que acontece: pesquisas apontam que de cada 100 empresas familiares abertas e ativas, apenas 30 sobrevivem à primeira sucessão; e apenas cinco chegam à terceira geração.
Então, vamos a algumas dicas que podem ajudar na profissionalização da empresa familiar e na elaboração de um planejamento sucessório familiar de sucesso: inicie o planejamento de sucessão familiar antecipadamente, elabore um plano flexível, envolva a família e a observe de forma realista, treine os sucessores, envolva o departamento de Recursos Humanos, considere contratar um CEO e peça ajuda, se necessário.
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