Vinte anos depois, o grupo extremista Talibã volta ao poder no Afeganistão, e nos últimos dias estamos assistindo a cenas em que milhares de pessoas tentam fugir do país da maneira que podem por estarem com medo.
Você já deve ter ouvido falar de uma menina, hoje mulher, chamada Malala Yousafzai. Ela ficou conhecida por ser alvejada na cabeça quando ia com outras meninas para escola. O autor dos disparos era do grupo Talibã! Malala sobreviveu e, exilada, iniciou uma luta forte pelo direito das mulheres, principalmente pelo direito aos estudos. Por causa disso, foi a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz.
Malala no início da semana clamou por socorro, pois teme que o Talibã retome sua histórica postura intolerante, de violência estrutural e simbólica, com a qual proíbe mulheres e meninas de estudarem e trabalharem, de andarem desacompanhadas por um homem, em que se exige o uso de burca que cubra todo o corpo, entre outras regras que, descumpridas, são penalizadas com a morte por apedrejamento! Esse temor se justifica, pois antes de o Talibã tomar o poder, na década de 90, a realidade das mulheres era bem parecida com a nossa, e elas viram seus direitos sendo retirados de um dia para o outro.
Apesar do discurso inicial moderado do porta-voz talibã, prometendo respeito aos direitos das mulheres, o histórico do grupo não lhes confere muita credibilidade quanto a essa promessa, uma vez que para eles esses direitos devem ser aplicados segundo uma interpretação que eles fazem do Islã.
Ou seja, as mulheres, que lutaram muito para conquistar direitos básicos, agora estão sujeitas a um governo que não reconhece seus desejos, suas lutas e necessidades. Apesar da realidade das mulheres afegãs nos parecer muito distante, por aqui também tivemos recentemente perdas de direitos.
Nos últimos anos, os investimentos em políticas públicas protetivas das mulheres foram reduzidos, apenas como exemplo. Portanto, o que está acontecendo nos provoca: por que esses direitos ainda são tão vulneráveis? Por que eles estão sujeitos a mudanças políticas? Isso não deveria estar consagrado?
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No Brasil, somos a maioria da população e precisamos compreender que isso nos confere o poder de garantir uma representatividade que realmente nos proteja e garanta nossos direitos. Mas para isso precisamos estar “atentas e fortes”, sempre!
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