Passados quase cinco meses desde o início das ações de combate à Covid-19, as empresas do Sistema Transcol contabilizam os prejuízos causados pela pandemia, e o resultado assusta. Entre 15 de março e 31 de julho, as perdas ficaram acima de R$ 116 milhões. O que significa que o sistema arrecadou apenas 63% da receita normal. A conta não fecha. Para se ter uma ideia, nesse período, a média geral de pessoas transportadas na Grande Vitória foi de 42% do total esperado (queda de 58%), enquanto o sistema manteve uma oferta de 82% do serviço. Ou seja, a oferta foi praticamente o dobro da demanda.
Embora os números de agosto sejam mais animadores, pois a demanda aumentou, chegando a 54% da esperada, a oferta também subiu: ficou em 90%, conforme programação da Ceturb-ES, mantendo a discrepância entre o número de pessoas transportadas e a quilometragem percorrida. Só não houve um colapso porque o governo forneceu combustível, o que atenuou a situação, evitando inclusive uma demissão em massa.
É essencial destacar ainda a injusta e falsa sensação que ficou nas pessoas de que o transporte coletivo é um dos principais vetores de contaminação para a população. A observação dos dados que temos disponíveis indicam que o uso do ônibus não está diretamente ligado a um aumento no número de casos da doença.
Levantamento feito pelo GVBus com dados da operação e informações da Secretaria de Estado da Saúde (extraídas no dia 11 de agosto), aponta que, na semana de 24 a 30 de maio, o Transcol transportou 1,4 milhão de passageiros, enquanto a Grande Vitória registrou 4.117 novos casos. Já na semana de 26 de junho a 1º de agosto, a demanda transportada foi maior: 1,7 milhão de pessoas, e a Grande Vitória confirmou somente 1.429 infectados.
Destacamos ainda os vários protocolos adotados pelas empresas para garantir a segurança dos passageiros. Podemos elencar as principais: pagamento exclusivo com o CartãoGV; higienização dos ônibus com produtos sanitizantes nas garagens e nos terminais; implantação de sinalização e cartazes educativos com os cuidados de proteção individual dentro dos coletivos, entre outros.
Dito isso, apesar das contas negativas, estamos otimistas que o Transcol está preparado para o “novo normal”, podendo assim retomar os níveis de crescimento que apresentava antes da Covid-19.
O autor é membro do Comitê Executivo do GVBus
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