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É vice-presidente da RedePetro ES, associação que reúne 132 empresas fornecedoras capixabas para a indústria de óleo e gás

Transição energética: desafio gradual e necessário que 2024 nos provou

O Espírito Santo, com sua forte estrutura de apoio, se posiciona como um verdadeiro laboratório para conciliar crescimento econômico e responsabilidade socioambiental

  • Rafaele Cé É vice-presidente da RedePetro ES, associação que reúne 132 empresas fornecedoras capixabas para a indústria de óleo e gás
Publicado em 27/12/2024 às 07h00

A transição energética, por mais urgente que seja, é um processo gradual. Enquanto ela não se consolida, o investimento em petróleo e gás permanece essencial para o desenvolvimento econômico e a geração de empregos. Tecnologias como captura e armazenamento de carbono, além da adoção de energia renovável nas operações de exploração, mostram que a indústria do petróleo está se adaptando às demandas ambientais sem perder de vista sua relevância estratégica.

Setores como transporte pesado, aviação e indústria química continuam dependendo de combustíveis fósseis, reforçando que a diversificação, e não a substituição completa, é o caminho mais viável.

O mercado de óleo e gás, ao longo deste ano, demonstrou resiliência em meio às incertezas globais. Os desafios enfrentados pela Petrobras e pela indústria em geral não são pequenos. Pressões sociais, regulações ambientais e a vigilância da sociedade demandam soluções concretas em sustentabilidade.

No Espírito Santo, essas soluções ganham corpo em iniciativas como a revitalização de campos maduros, que otimizam o uso de recursos existentes, geram empregos e promovem o desenvolvimento regional. Além disso, a exploração responsável e o uso de tecnologias avançadas podem tornar a indústria mais eficiente e ambientalmente alinhada.

Mesmo com o avanço de fontes renováveis, a demanda global por petróleo e gás continua robusta. Produtos derivados do petróleo, como plásticos, medicamentos e fertilizantes, permanecem indispensáveis em diversas áreas. A limitação atual das energias renováveis em atender integralmente à crescente demanda mundial reforça a importância de manter investimentos em combustíveis fósseis enquanto se busca uma transição equilibrada.

O novo plano da Petrobras para o Espírito Santo é um exemplo claro desse equilíbrio. Ao investir em tecnologia, sustentabilidade e diversificação, sem abrir mão de sua base tradicional, a estatal sinaliza uma visão de longo prazo. O impacto positivo desses investimentos na cadeia produtiva local não apenas fortalece fornecedores capixabas, mas também cria oportunidades para novas parcerias e inovações.

FPSO Capixaba, da Petrobras, que produz e armazena petróleo no campo de Cachalote, no Parque das Baleias
FPSO Capixaba, da Petrobras, que produz e armazena petróleo no campo de Cachalote, no Parque das Baleias. Crédito: Agência Petrobras

O Espírito Santo, com sua forte estrutura de apoio, se posiciona como um verdadeiro laboratório para conciliar crescimento econômico e responsabilidade socioambiental.

A indústria de óleo e gás tem sido, por décadas, um motor de desenvolvimento para o Brasil e para o Espírito Santo. Reconhecer sua importância não é negar a urgência da transição energética, mas entender que esse processo deve ser conduzido com responsabilidade, estratégia e, acima de tudo, compromisso com o futuro.

Para além, é trabalhar para que a transição energética seja conduzida com estratégia, responsabilidade e compromisso com o crescimento econômico e a preservação ambiental no próximo ano. Que venha 2025!

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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