Dezembro e janeiro são meses em que o Espírito Santo, tradicionalmente, recebe turistas dos quatro cantos do país. São pessoas que se interessam principalmente pelas praias capixabas e aproveitam o verão para relaxar ao sol. Mas a estação mais quente do ano deve ser atípica em 2021 devido à pandemia do novo coronavírus.
Ainda que a expectativa seja a de receber muitos turistas no Estado, será preciso observar os protocolos de biossegurança para que o risco de contágio seja diminuído. E isso exige não apenas das empresas de transporte, dos comerciantes, donos de restaurante e gestores de pontos turísticos, mas também dos visitantes. É preciso que haja uma mudança comportamental, que inclua hábitos responsáveis ambientalmente e socialmente.
O turismo vai continuar acontecendo, ainda que em menor escala, e isso é importante para a economia do país. A Organização Mundial do Turismo (OMT) estima que o setor pode levar de cinco a sete anos para se recuperar e o primeiro novo respiro pode ser já nesta alta temporada. Em 2019, o PIB do setor turístico brasileiro chegou a um valor total de R$ 270,8 bilhões, o que, segundo estimado pela Faculdade Getúlio Vargas (FGV) deve ser reduzido a cerca de R$ 165 bilhões, uma queda de 38,9%.
O levantamento mais recente sobre a temporada de verão, referente a janeiro deste ano, divulgado pela Secretária de Estado do Turismo (Setur) mostrou que 88,8% das viagens realizadas tiveram o lazer como principal motivo. O estudo conclui, ainda, que 80,5% dos entrevistados utilizaram serviços de quiosques e restaurantes e 92,7% frequentaram as praias.
Além disso, os ônibus foram o segundo meio de deslocamento mais utilizado para chegar no estado – 18,7% – ficando atrás apenas dos trajetos realizados com veículos próprios. O que quero apresentar com esses dados é a necessidade de estarmos todos preparados para receber os viajantes com segurança, a fim de preservar a saúde dos moradores do nosso estado e, é claro, dos turistas.
O Guia para o Turismo, lançado pelo Sebrae com informações relevantes para todo o setor neste período, conclui que o turismo massivo, com aglomerações, não será uma tendência em dezembro de 2020 e janeiro de 2021. E nem deve ser. Mas, apesar disso, existem alternativas para programas em família, ao ar livre e, até mesmo, exclusivas, fora do usual, que atenderão às necessidades de lazer e entretenimento dos viajantes.
Dito tudo isso, faz sentido afirmar que para que o turismo respire durante o próximo verão – e isso deve acontecer, já que a economia do país necessita dos ganhos do setor – é preciso uma junção de esforços. O viajante deve estar atento às recomendações de segurança, como o uso de máscaras, a higienização frequente das mãos e o, ainda fundamental, distanciamento social. E o mesmo vale para os empresários e funcionários do setor. Juntos, é possível promover um turismo seguro, que irá proporcionar lazer, entretenimento e segurança a turistas, empresários, colaboradores e moradores de destinos turísticos.
O autor é secretário-geral do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Espírito Santo (Setpes)
Este vídeo pode te interessar
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.