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É secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social

Um duro golpe nos ladrões de celular (e nos críticos oportunistas)

Alvo de muitas críticas iniciais, o Projeto Recupera já demonstra, em seus primeiros dias, ser um grande sucesso. Fruto de benchmark bem feito pela Sesp, trabalho incansável dos policiais civis  e apoio incondicional do governador Renato Casagrande

  • Eugênio Ricas É secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social
Publicado em 03/08/2024 às 02h30

Em palestras que fiz ultimamente sobre segurança pública um fato chama a atenção. Tenho, recorrentemente, perguntado à plateia quem, ao sair de casa, teve o medo ou o receio de ser atingido por uma bala perdida ou de sofrer algum tipo de ataque violento. Até hoje ninguém se manifestou. Quando, no entanto, ao mesmo público pergunto quem saiu de casa com medo de ter o  celular subtraído, o resultado surpreende pela quantidade de mãos levantadas.

Aqui no Espírito Santo tivemos mais de vinte mil telefones celulares furtados ou roubados nos últimos doze meses. Além da sensação de insegurança gerada pelo crime em si, o roubo ou furto de um celular gera transtornos imensuráveis às vítimas. Considerando a grande quantidade de ocorrências desse crime e a importância desse bem na vida das pessoas, este talvez seja o principal delito patrimonial a ser combatido pelas forças de segurança.

Felizmente, uma estratégia utilizada pela Secretaria de Segurança Pública e pela Polícia Civil tem grande potencial de reduzir drasticamente o índice de roubos e furtos de celulares. A ideia, inicialmente implementada pelo Piauí, é ao mesmo tempo simples e genial como, aliás, são muitas das grandes invenções realizadas ao longo da história da humanidade.

Em primeiro lugar, fizemos a análise de todos os boletins de ocorrência de roubo e furto de aparelhos celulares que contam com o número IMEI do celular (todo celular tem um IMEI, que pode ser obtido na nota fiscal ou na caixa do aparelho). O próximo passo é oficiar as operadoras solicitando o número atual do aparelho (obviamente, a partir do momento em que um telefone é subtraído, outro chip, com outro número é inserido, de modo que a intenção é obter o número atual do aparelho roubado).

Em seguida, encaminhamos, utilizando tecnologia desenvolvida pela Sesp e Polícia Civil, intimações em massa (na primeira fase do Projeto Recupera enviamos 502 intimações) para que as pessoas que estão com os aparelhos identificados compareçam à uma delegacia determinada para serem ouvidas e entregarem os celulares.

Após essas fases iniciais, a Polícia Civil vai “visitar” aquelas pessoas que não atenderam às intimações (nesses casos, os celulares serão apreendidos e os responsáveis serão encaminhados à delegacia para realização dos procedimentos policiais cabíveis).

De posse das informações que serão geradas, outras operações serão realizadas com o intuito de identificar e responsabilizar eventuais receptadores contumazes. Por fim, os celulares recebidos pela Polícia Civil serão entregues às vítimas originais.

Em Teresina, essa iniciativa reduziu em mais de 40% o roubo e furto de aparelhos celulares. Aqui no Espírito Santo, esperamos que essa redução seja ainda mais acentuada. Na primeira rodada do Projeto Recupera já conseguimos recuperar mais de 200 telefones, que serão restituídos aos seus legítimos donos na próxima semana.

Ao todo, 40% das pessoas que receberam as mensagens devolveram os celulares.
Ao todo, 40% das pessoas que receberam as mensagens devolveram os celulares. Crédito: Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social

Alvo de muitas críticas iniciais, o Projeto Recupera já demonstra, em seus primeiros dias, ser um grande sucesso. Fruto de benchmark bem feito pela Sesp, trabalho incansável dos policiais civis envolvidos e apoio incondicional do governador Renato Casagrande, o projeto tem tudo para impactar positivamente a sensação de segurança das pessoas.

Com muito trabalho, inovação, investimentos em tecnologia e compromisso com a sociedade vamos construindo um Espírito Santo cada vez mais seguro para todos os capixabas.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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