Juliano Pavesi*
Reproduzida de várias maneiras, nos mais diferentes espaços, a violência tem adentrado as portas das escolas. No último mês de agosto, o coordenador pedagógico do projeto “Mais Educação”, o professor Bruno Pires de Oliveira, 40 anos, foi morto após ser esfaqueado por um aluno, em Goiás.
Este ambiente de hostilidade, cercado de ameaças físicas e verbais, em tantas salas de aula, tem gerado em muitos profissionais da educação um sentimento de mal-estar, com implicações em sua trajetória profissional já que, por medo e insegurança, muitos deles se afastam da carreira no magistério por força de problemas emocionais, refletidos em doenças psicossomáticas.
Em outros casos, os professores que são expostos a situações de indisciplina e de desrespeito são penalizados com o desligamento compulsório por instituições de ensino que preferem combater o efeito e não a causa.
Para o filósofo Jean-Paul Sartre, “a violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota”. A violência contra o docente se traduz como um mal-estar social. Um prejuízo que tem impactos não só na vida dos educadores que abandonam o ofício, mas também dos alunos, dos pais e da sociedade, uma vez que, sob o ponto de vista social, é a educação que possibilita a integração das novas gerações na sociedade.
A etimologia da palavra “Educação”, em português, vem de “Educar”, palavra que tem origem do Latim Educare, que é um derivado de Ex, que significa “fora” ou “exterior”, e Ducere, que tem o significado de “guiar”, “instruir”, “conduzir”. Em latim, educação tinha o significado literal de “guiar para fora”, podendo ser entendido como que se conduzia tanto para o mundo exterior quanto para fora de si mesmo.
A escola é uma instituição educativa por excelência. Constitui-se como um lugar de socialização, de formação do cidadão que irá intervir, de algum modo, no mundo que o cerca. Em suma, um espaço voltado ao desenvolvimento integral do aluno, de preparo para o exercício da cidadania e de qualificação para o trabalho. Contudo, para que esse processo ocorra satisfatoriamente, é necessário que a família se faça presente, como parceira da escola, nesta nobre e desafiadora função que é educar com base em valores éticos e morais.
Assegurar o direito à educação significa dar condições básicas de trabalho aos profissionais que atuam em sala de aula. Um ambiente onde, essencialmente, deve-se permear, entre aluno e professor, os princípios da dignidade, do respeito mútuo e da educação!
O Sindicato dos Professores no Estado do Espírito Santo (Sinpro/ES) trabalha para defender os mais de 15 mil professores da rede privada do Espírito Santo e os interesses específicos de sete mil professores sindicalizados, de forma a ajudá-los a exercer a sua profissão com dignidade e o reconhecimento necessário, mantendo e ampliando os direitos historicamente conquistados pela categoria.
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*O autor é presidente do Sindicato dos Professores no Estado do Espírito Santo (Sinpro/ES)
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