O direito de ir e vir está resguardado aos cidadãos, especialmente no trânsito. Trafegar pelas vias é responsabilidade compartilhada de todos os presentes: motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres. Se você quer chegar a um lugar determinado, é preciso respeitar regras. É necessário que isso esteja incutido desde a infância.
A Gazeta, em seu editorial da última segunda-feira (17), provocou: “Trânsito na Grande Vitória parece terra de ninguém”. Na verdade, indo além nessa indagação, pondero que o trânsito, na Grande Vitória e no Brasil, é uma “terra de quem despreza o alguém”, porque uns acreditam que têm mais direitos que os demais.
Leis existem e estão no Código Penal e no Código de Trânsito Brasileiro. Normatizam e punem quem não as segue. Está no imaginário popular que a combinação bebida e direção é inaceitável e que pode provocar mortes. Por conta disso, quem assumiu essa irresponsabilidade se equipara a um assassino contumaz. No entanto, não há, por incrível que pareça, esse pensamento, mesmo com anos e anos de conscientização, de veiculação de notícias e da trágica repetição de acidentes, com inúmeras vítimas e mortes.
Claro que este é o exemplo mais radical, no qual até tivemos a inacreditável cena de um motorista de caminhão que, na Serra, ao dirigir embriagado, atropelou e matou uma adolescente que caminhava ao lado da mãe na calçada. Em seguida, não ofereceu ajuda e ainda acendeu seu cigarro, enquanto a vítima agonizava nos últimos momentos de vida. Isso é impunidade. Se isso acontece em situações extremas, que dirá nos “pequenos delitos” – digo isso entre aspas – do dia a dia, como olhar ao celular enquanto dirige, fazer conversões onde não deve ou trafegar em alta velocidade.
O problema é que a impunidade vai se perpetuando e os participantes do trânsito repetem padrões que não deveriam mais existir. De janeiro a abril, segundo informações do Detran, o Espírito Santo teve 9.349 colisões, média de 77 por dia. A maioria dos sinistros é causada por imprudência, ou seja, é não ter prudência, logo assumir que para aquele comportamento não terá punição.
O Estado tem seu dever, assim como o cidadão. Não adianta nada haver os melhores aparelhos do mundo se a segurança não começar por cada um ao dirigir.
Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.
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