A velocidade com que as coisas acontecem atualmente tem levado as organizações a buscarem, de forma acelerada, desenvolver produtos e serviços. Isso porque existem consumidores cada vez mais bem informados, além de existirem recursos, tecnologias e processos que fazem com que tudo aconteça de forma mais “ágil”.
Essa velocidade vem acompanhada de uma palavra: inovação. Já não se fala só de melhoria contínua. É preciso aprender, desaprender e aprender de novo. Nesse processo, é necessário que os erros sejam rapidamente superados e que o “aprender” também ocorra de forma célere.
Tais pensamentos me levaram a desenvolver o que seria uma fórmula para estimar o que eu chamo de PI, o Potencial de Inovação de uma organização. Ela traz quatro elementos, dois dos quais têm a ver com o que considero ser a base da “melhoria contínua”, que já não basta nos dias de hoje.
O Potencial de Inovação (PI) é resultado da soma de recursos e conhecimento multiplicada pela soma de cultura e governança. Logo:
PI = (Recursos + Conhecimento) x (Cultura + Governança)
O que quero dizer com isso? Vamos por partes. Falemos, primeiro, sobre a união entre recursos e conhecimento.
Quando falo de recursos, eu me refiro a pessoas e às condições econômicas, de infraestrutura e tecnológicas, bem como a outros elementos que conseguimos mensurar e mostrar em um balanço e que o mercado costuma chamar de “músculo financeiro” de uma organização.
A soma de recursos com o conhecimento referente a mercado, produtos, processos, concorrentes, logística e novas tecnologias, entre outros, permite às empresas estar em processo de adaptação ou “melhoria contínua”. Antes, isso era satisfatório. As tendências de mercado e de consumo exerciam forte influência das empresas sobre os consumidores, mas isso vem se modificando rapidamente.
Nesse contexto, podemos dizer que a teoria da evolução de Charles Darwin é adaptável ao ambiente organizacional. Sobrevivem as empresas que compreendem o ambiente e melhor se adaptam a ele e às suas transformações. Daí a importância da segunda parte da equação. Hoje, o Potencial de Inovação de uma empresa depende, também, de cultura e governança.
Quando falo de cultura, refiro-me ao conjunto de valores éticos e morais, crenças, hábitos, comportamentos e políticas internas e externas compartilhado pelos integrantes da empresa em todos os níveis hierárquicos. É o que define a identidade da organização e a diferencia das demais.
Governança é o sistema que segrega a propriedade da gestão e ordena o processo decisório; que possibilita reduzir os conflitos de interesse e elevar o grau de segurança dos investimentos. É um elemento que permite que a organização evolua conforme os interesses de todos os seus stakeholders e com práticas e políticas contempladas no ESG.
Somadas, cultura e governança têm um papel importantíssimo no cálculo do potencial de inovação de uma empresa. Quando passam a ser consideradas, elas atuam de forma a multiplicar, e é esse elemento multiplicador que permite às organizações crescer de forma exponencial.
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